Promotoria alemã investiga presidente do Conselho da Volkswagen
Hans Dieter Pötsch é acusado de ocultar manipulação dos veículos da empresa
O escândalo das emissões de poluentes que estourou há 14 meses nos Estados Unidos continua a fazer vítimas na Alemanha. Em breve nota divulgada neste domingo, a Volkswagen confirmou que a Promotoria (Ministério Público) de Braunschweig, na Baixa Saxônia, começou uma investigação sobre o presidente do Conselho de Administração do grupo, Hans Dieter Pötsch, por suspeitar que o executivo tenha tido papel ativo na manipulação do mercado ao não revelar o que sabia a respeito da fraude nas emissões de gases dos veículos da empresa.
Hans Dieter Pötsch era diretor financeiro da Volkswagen quando estourou o escândalo e já estava na mira da Justiça desde março, quando uma notícia do jornal Bild am Sonntag denunciou que o executivo tentara manter em segredo o grave escândalo, com a esperança de chegar a um acordo amigável com as autoridades ambientais norte-americanas por meio de uma multa administrável.
A Promotoria de Braunschweig já investigava o ex-presidente do comitê executivo do grupo, Martin Winterkorn, e o atual diretor da marca, Herbert Diess. O curto comunicado divulgado neste domingo pelo grupo informa que a Promotoria mantém as investigações sobre ambos dirigentes e acrescenta ao trabalho Pötsch, escolhido para o lugar de Winterkorn. “Com base no exame cuidadoso realizado por especialistas legais internos e externos, a companhia reitera sua confiança em que os membros da Junta Executiva da Volkswagen tenham cumprido seu dever de informar sobre a situação, de acordo com a lei que regula o mercado de capitais”, destaca a nota da Volkswagen. “A investigação tem relação com o período que Hans Dieter Pötsch foi diretor financeiro do grupo. A companhia e Hans Dieter Pötsch apoiarão totalmente os promotores em sua investigação”, conclui o comunicado.
Em relação ao ex-chefe da Volkswagen e aos dois atuais executivos do grupo existe a suspeita de que não tenha informado de maneira adequada e no devido tempo os investidores sobre as consequências que o escândalo poderia provocar. As ações da Volkswagen perderam mais de 30% do valor que tinham antes de 18 de setembro do ano passado, quando explodiu o escândalo, mas chegaram a valer ainda menos nos dias mais duros da crise.
Embora a Promotoria de Braunschweig tenha evitado fazer comentários sobre os motivos que a levaram a abrir a investigação em relação a Pötsch, vários meios de comunicação alemães sugerem que ela tenha sido desencadeada por uma denúncia apresentada pelo Escritório Federal de Supervisão de Serviços Financeiros (BaFin). Não é a única investigação feita pela Justiça da Alemanha. O Estado da Bavária anunciou há não muito tempo que abrirá disputa com a Volkswagen devido a uma perda multibilionária em seu fundo de pensão, e outros dois länder (Estados Federados), Baden Württemberg e Hesse, anunciaram que estudam exigir uma indenização da Volkswagen. Até agora, o Tribunal Territorial de Braunschweig recebeu mais de 290 demandas contra a empresa de Wolfsburgo, que somam quase 4 bilhões de euros (cerca de R$ 14,5 bilhões).
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