Estado Islâmico mata ao menos 30 civis sequestrados no Afeganistão
Autoridades já recuperaram 27 corpos, “todos eles de camponeses, fazendeiros e pastores”
O Estado Islâmico (EI) matou pelo menos 30 civis, incluindo crianças, que haviam sido sequestrados pelo grupo jihadista na província de Ghor, no oeste do Afeganistão, supostamente em represália pela morte de um de seus comandantes por tropas afegãs, informaram fontes oficiais locais nesta quarta-feira.
“Nossas fontes de inteligência e muitas pessoas na região onde o massacre ocorreu nos confirmaram que cerca de 30 civis foram assassinados pelo EI, todos morreram por disparos”, disse à agência Efe o porta-voz do governador da província de Ghor, Abdul Hai Khtibi. Ele não descartou que o número de mortos possa ser mais elevado.
O EI, que controla territórios na Síria e Iraque, ainda não assumiu a autoria do ataque. O grupo jihadista tem presença no Afeganistão pelo menos desde o ano passado, e está ganhando apoios e enfrentado o Talibã no país. Analistas indicaram que os milicianos do EI em Ghor são ex-combatentes do Talibã, informa a BBC. Embora em março as autoridades tenham anunciado a derrota do EI, os combates entre forças afegãs e milicianos do grupo jihadista não cessaram, nem tampouco seus ataques em várias regiões do país.
O chefe do Conselho Provincial, Fazalhaq Ihsan, disse que já foram recuperados 27 dos corpos dos civis, “todos eles camponeses pobres, fazendeiros e pastores”. O governador da província, Ghulam Nasir Khazea, afirmou que os assassinatos dos civis ocorreram na noite de terça-feira ao norte da cidade de Ferozkoh, capital de Ghor. Segundo o governador, os civis haviam sido capturados enquanto recolhiam lenha, e depois foram levados a vales próximos controlados tanto pelo EI como pelo Taliban.
Khazea disse que os membros do EI assassinaram os civis por vingança pela morte, nesta terça-feira, de um de seus comandantes, identificado como Farooq, e de outros dois insurgentes abatidos pelas forças de segurança afegãs. De acordo com o governador, eles foram mortos num confronto durante uma operação em que as tropas afegãs procuravam resgatar milhares de ovelhas que integrantes do EI haviam roubado da população.
As forças de segurança afegãs intensificaram nos últimos meses as ações contra o EI depois do atentado de Cabul no final de junho, em que morreram 80 pessoas que participavam de uma manifestação da minoria xiita hazara. O EI também assumiu a autoria, há duas semanas, do ataque a um templo xiita da capital afegã que causou 18 mortes e deixou mais de 50 feridos.
Os novos incidentes deixam clara a deterioração da segurança no Afeganistão à medida que o Taliban continua exercendo pressão nos centros urbanos, 15 anos depois de esse grupo islâmico ser apeado do poder em Cabul.
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