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Colin Powell chama Trump de “vergonha nacional” e “pária internacional”

DC Leaks divulga correios eletrônicos privados do secretário de Estado do republicano Bush

Colin Powell, que foi secretário de Estado do republicano George W. Bush, chamou Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, em junho, de “vergonha nacional” e “pária internacional”, segundo correspondência eletrônica particular que acabou vazando.

Colin Powell, em setembro de 2014
Colin Powell, em setembro de 2014Carolyn Kaster (AP)

O BuzzFeed News tece acesso, nesta terça-feira, aos e-mails de Powell, um general de quatro estrelas reformado que serviu a três governos republicanos, vazados pela organização DC Leaks. Especialistas em segurança estabeleceram uma conexão entre o DC Leaks e os piratas digitais russos suspeitos de terem extraído em julho informações do Comitê Nacional Democrata — divulgados pela organização WikiLeaks — para tentar influenciar nas eleições presidências de novembro em favor de Trump.

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Questionado pelo BuzzFeed, Powell não negou a autenticidade das mensagens. Um porta-voz do ex-secretário de Estado disse à rede ABC que eles são “certeiros”. O EL PAÍS não teve acesso aos documentos nem pôde checar a sua autenticidade.

Powell, que no passado apoiou a candidatura de Barack Obama, fez as suas críticas a Trump no dia 17 de junho passado em um e-mail dirigido a uma jornalista que já trabalhou para ele como assessora. Naquela ocasião, Trump já havia conquistado o número de delegados necessários para ser indicado como candidato republicano à Casa Branca, o que seria confirmado oficialmente na convenção do partido, no final de julho.

Na mensagem, Powell afirma que Trump “está em via de destruir a si mesmo”. E acrescenta: “Os democratas nem precisam atacá-lo. Paul Ryan [deputado republicano que preside a Câmara dos Representantes] está revendo mais uma vez a sua posição”.

Trump, que nos últimos dias diminuiu a sua desvantagem nas pesquisas em relação à sua adversária, Hillary Clinton, abriu espaço dentro do Partido Republicano com sua atitude brincalhona, seu discurso incendiário contra os imigrantes e por romper com alguns dos principais dogmas do partido em termos de política externa, com sua defesa de uma política isolacionista, seu questionamento dos acordos com a OTAN e seus elogios ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Em uma outra mensagem, datada de 21 de agosto, Powell, que é negro, critica o apoio dado por Trump em 2011 à campanha “racista” contra Obama, que o acusava de não ter nascido nos EUA.

Em dezembro de 2015, em um e-mail a outro jornalista, Powell expressa sua aversão a falar em público sobre Trump, o que os vazamentos atuais tornam letra morta, e critica a cobertura jornalística da campanha do magnata do ramo imobiliário. “Vocês estão fazendo o jogo dele. Estão lhe dando oxigênio”, acusa o militar reformado.

Críticas a Clinton pelos e-mails privados

Em outra mensagem eletrônica vazada, Poweel ataca Clinton por tentar transformá-lo em bode expiatório no caso da conta de e-mail particular que a candidata democrata utilizou em seu período como secretária de Estado. Powell também usou um correio eletrônico privado quando era o chefe da diplomacia norte-americana, mas, diferentemente de Clinton, tratava-se de um correio comercial não vinculado a um servidor pessoal; e ele ainda argumenta que usava um computador especial para consultar informações reservadas.

“Que coisa triste. HRC [as iniciais de Clinton] poderia ter enterrado essa questão dois anos atrás simplesmente dizendo a todo mundo, honestamente, o que havia feito, sem vinculá-lo a mim”, escreveu Powell em 28 de agosto último em um e-mail obtido pela publicação The Intercept.

Os documentos agora vazados revelam que Clinton pediu assessoria a Powell sobre o uso do correio durante um jantar em junho de 2009 na casa da ex-secretária de Estado democrata Madeleine Albright. O general reformado alega ter-lhe dado “um guia por escrito sobre por que e como [ele] o havia feito”.

A frustração de Powell com Clinton fica evidente em outra mensagem, de fevereiro passado, obtida pela publicação Politico, em que o ex-secretário de Estado escreve: “Eu não disse para Clinton ter um servidor privado em casa, conectado com a Fundação Clinton, [ter] dois provedores, apagar 60.000 e-mails, ter o seu próprio domínio”.

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