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Primeiro protesto com Temer presidente tem repressão e quebra-quebra em São Paulo

Manifestação começou pacífica mas terminou em confronto com a Polícia Militar

O centro de São Paulo no protesto contra o impeachment.
O centro de São Paulo no protesto contra o impeachment.MIGUEL SCHINCARIOL (AFP)
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Terminou em repressão, bombas e quebra-quebra o primeiro protesto nas ruas de São Paulo com Michel Temer como presidente. Nesta quarta-feira, poucas horas após o Senado votar pelo impeachment de Dilma Rousseff, a avenida Paulista foi tomada por manifestantes que protestavam contra o impedimento. Concentrados na frente do Masp, ficaram separados por duas correntes de policiais do pequeno grupo que comemorava o impeachment em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Tudo correu bem nas primeiras horas do ato favorável a Dilma, mas a situação ficou caótica quando os manifestantes começaram a descer a rua da Consolação em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade. Pelo terceiro dia seguido, a Polícia Militar dispersou o movimento com bombas de efeito moral. Vários manifestantes ficaram feridos e foram atendidos na Santa Casa. A PM confirma que um policial também precisou de atendimento médico.

O ato contra o impeachment nesta quarta começou às 18h30 e foi convocado nas redes sociais pelo coletivo Luta pela Democracia. Também estavam presentes representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes). A PM não divulgou quantas pessoas participaram da manifestação, que ocupou as duas faixas da avenida Paulista entre as ruas Casa Branca e Ministro Rocha Azevedo. Por volta das 20h, o grupo saiu da frente do Masp e seguiu em direção à rua da Consolação. Na descida para o centro de São Paulo, alguns manifestantes atearam fogo em lixeiras para fazer barricadas no meio da rua. A resposta da Polícia Militar foi instantânea. Bombas de efeito moral foram atiradas nos manifestantes, que responderam com rojões lançados na direção dos policiais. Alguns black blocs  depredaram agências bancárias, estabelecimentos comerciais e pontos de ônibus enquanto fugiam. Uma agência do Bradesco na rua Ipiranga teve todos os vidros quebrados. Uma viatura da Polícia Civil também foi destruída.

Após a ação da polícia, os manifestantes se dispersaram e foram perseguidos por cerca de 1h30 pelas ruas do centro de São Paulo. Além das bombas, a PM usou também dois caminhões da Tropa de Choque, que jogavam jatos de água na direção das pessoas. Assim como aconteceu na terça-feira, uma parte do grupo foi até o prédio do jornal Folha de S. Paulo, na rua Barão de Limeira. Desta vez, porém, eles conseguiram pichar o portão de entrada e quebrar algumas janelas antes da chegada dos policiais. Só por volta das 21h50, com a situação já mais calma, a PM foi embora do centro. Alguns manifestantes se reorganizaram e subiram novamente a rua da Consolação, mas não houve mais registros de incidentes.

Outras cidades também tiveram protestos a favor de Dilma Rousseff. Em Brasília, cerca de 1000 pessoas se reuniram em frente ao Congresso. Manifestações também ocorreram no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

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