_
_
_
_
_

Vanderlei Lima: de ser atacado em plena corrida a acender a pira olímpica

Ele foi um dos protagonistas da cerimônia no Rio, mas 12 anos antes seu incidente na olimpíada de Atenas foi visto em todo o mundo

María Sánchez Sánchez

O ex-atleta brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima protagonizou no dia 5 de agosto de 2016 uma imagem histórica: foi o encarregado de acender a pira da primeira olimpíada realizada no Brasil. Mas não foi a primeira vez que sua imagem dava a volta pelo mundo. Já tinha acontecido em 2004, quando foi atacado em plena corrida durante sua participação na maratona da Olimpíada de Atenas.

Vanderlei, que tinha conseguido dar um arranque, era o líder da corrida, quando a seis quilômetros da chegada um ex-padre irlandês – acredita-se que estava bêbado – pulou as faixas de segurança e tentou agarrá-lo. Atordoado, Vanderlei acabou encurralado na beira da estrada, enquanto os espectadores tentavam ajudá-lo e deter seu agressor. O corredor conseguiu se recuperar e terminar a corrida, mas por causa dessa interrupção, em vez do ouro naquele dia no pódio recebeu a medalha de bronze. Depois do ocorrido, Vanderlei entrou no estádio mandando beijos e desenhando um coração no ar com as mãos, ganhando o carinho do público e dos espectadores.

“Ali perdi vários segundos. Estava com medo. Não sabia se o louco tinha uma arma”, disse o atleta depois da prova. “Mas não quis chorar. Não quis perder toda a esperança”. Uma atitude de fortaleza frente à adversidade que o Comitê Olímpico Internacional (COI) utilizou nos vídeos que compartilha em seu canal no YouTube para exaltar a perseverança dos atletas nas competições. Sua história também inspirou montagens que estão sendo publicados nestes dias no Facebook com o slogan Nunca desista.

Embora o Brasil tenha apelado às instituições olímpicas para que ele recebesse a medalha de ouro que, se não fosse pelo incidente, teria ganho quase com certeza, Vanderlei teve que se contentar com o bronze. A medalha de ouro foi para o italiano Stefano Baldini e a de prata para o corredor norte-americano Mebrahtom Keflezighi. O brasileiro, longe de se mostrar abatido levou tudo na esportiva.

“É bronze, mas significa ouro”, disse mais tarde e a história olímpica devolveu agora o sorriso a seu rosto ao dar a oportunidade de acender a pira da Rio 2016.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_