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Atentado suicida durante manifestação em Cabul deixa ao menos 80 mortos

As vítimas fatais e os cerca de 200 feridos são integrantes da minoria hazara

Um homem grita para pedir ajudaVídeo: Wakil Kohsar (AFP)

Um ataque suicida contra uma manifestação pacífica em Cabul, capital do Afeganistão, deixou pelo menos 80 mortos e mais de 200 feridos. As vítimas são integrantes da minoria hazara, que havia organizado o protesto.

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O ataque contra os hazara, um ramo minoritário pertencente ao islã xiita, foi reivindicado pelo grupo autoproclamado Estado Islâmico (EI). Através da agência Amaq, vinculada al grupo jihadista, os terroristas explicaram que "dois militantes detonaram seus cintos com explosivos em meio a uma concentração de xiitas na zona de Dehmazang, em Cabul".

A manifestação, que no momento das explosões ocorria exatamente em Dehmazang, reunia centenas de pessoas, segundo a agência de notícias Reuters. O protesto, realizado dentro de um forte esquema de segurança, tinha sido organizado contra a exclusão de uma província habitada pelos hazara de um projeto elétrico multimilionário.

O presidente afegão, Ashraf Gani, garantiu, por meio de um comunicado, que entre os mortos e feridos há também “membros das forças de segurança” do país, mas não deu detalhes. "Organizar protestos é um direito de cada cidadão do Afeganistão e o Governo se esforça para garantir a segurança (dos manifestantes), mas os terroristas se misturaram em meio à multidão e conseguiram detonar os explosivos", acrescenta o texto.

O porta-voz dos talibãs, Zabaiullah Mujahid, negou qualquer relação do seu grupo com o atentado através de sua conta oficial no Twitter. "Condenamos qualquer ataque que cause divisões (...) Isso é algo que beneficia o inimigo", argumentou.

A instabilidade no Afeganistão vem aumentando desde dezembro de 2014, com o fim da missão militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Desde então, os talibãs avançaram no controle do país e também são responsáveis pela maior frequência e escala de ataques terroristas nas grandes cidades afegãs.

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