Macri pede apoio a Merkel para criar uma integração entre Mercosul e UE
Presidente argentino diz que inflação baixará e a chanceler elogia seus ajustes
O presidente argentino, Mauricio Macri, chegou nesta terça-feira em Berlim para sua primeira visita oficial à Alemanha com uma ideia fixa que transmitiu em uma coletiva de imprensa em conjunto com a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel. Macri defendeu as reformas econômicas que pôs em andamento no primeiro semestre de seu Governo e ressaltou, como havia feito na segunda-feira em Bruxelas, que a Argentina e os demais membros do Mercosul desejam dar impulso às negociações com a União Europeia para estabelecer uma zona de livre comércio. O presidente argentino espera contar com a liderança da Alemanha na UE para levar adiante esse projeto.
“Confio na liderança da Alemanha para poder avançar nas negociações”, disse Macri, ao destacar seu desejo de chegar a um acordo que torne possível uma integração entre o Mercosul e a União Europeia. “Tanto a Argentina como todos os integrantes do Mercosul (Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai) estamos dispostos a avançar e, no capítulo que mais complexidade representa, o agrícola, necessitamos que a França flexibilize suas posições”, acrescentou.
Angela Merkel, transformada na líder mais importante da UE depois do referendo britânico que aprovou a saída do Reino Unido, reagiu com cautela aos desejos de Macri. A chanceler qualificou as negociações como “muito delicadas”, lembrou que o setor agrícola na Alemanha, bem como o da França, é muito importante e disse que também espera avançar para um futuro acordo. “As negociações estiveram congeladas durante muitos anos e não se pode esperar que os temas pendentes sejam solucionados em duas semanas”, acrescentou Merkel. “As negociações serão muito complicadas, mas o fato de que seja difícil não quer dizer que não vamos fazer.”
Durante uma breve visita a Bruxelas, Macri admitiu que o tema agrícola era o principal ponto de conflito nas negociações para poder alcançar um tratado de livre comércio entre a UE e o Mercosul e deixou claro que a França, a primeira potência agrícola europeia, era o principal obstáculo. A jornada oficial de Macri em Berlim teve início com um encontro com o ministro da Economia e vice-chanceler, o social-democrata Sigmar Gabriel. Depois da reunião, o ministério alemão divulgou um breve comunicado onde se destaca que a Argentina oferece um “enorme potencial econômico” para a Alemanha e que, graças ao novo Governo comandado por Macri, se iniciou “uma nova era” nas relações econômicas teuto-argentinas.
Após uma visita de cortesia ao presidente da Alemanha, Joachim Gauck, Macri se dirigiu à sede do Governo alemão, onde almoçou com Merkel. Quase com humildade, Macri admitiu que algumas das decisões de elevação de preços e ajustes que havia adotado implicavam enormes sacrifícios, mas ressaltou que seu país não tinha alternativa para sair em frente. “A inflação baixará drasticamente no segundo semestre a no final veremos uma recuperação econômica. Estamos dando pequenos passos na direção correta”, disse.
Merkel endossou o curso das reformas empreendidas por Macri, reconheceu que o Governo argentino havia tomado em um prazo muito curto decisões importantes para a abertura do país ao mundo, mostrou-se confiante em que as reformas surtirão efeito no médio e longo prazo e lhe desejou sucesso em sua gestão, além de manifestar o apoio da Alemanha nas relações bilaterais.
"As empresas alemãs que estiveram ativas durante muito tempo na Argentina podem reforçar a formação profissional e o Governo federal apoiará a Argentina na modernização de sua infraestrutura, na agricultura e no desenvolvimento de energias renováveis”, afirmou Merkel ao dar alguns exemplos sobre o apoio alemão. Em outro gesto da nova era que se iniciou entre a Alemanha e a Argentina, Merkel convidou Macri a participar da cúpula do G-20 que será realizada na Alemanha no ano que vem.
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