O que se sabe sobre o atentado no aeroporto de Istambul
41 pessoas morreram e 239 ficaram feridas
Três terroristas atacaram na terça-feira o aeroporto Atatürk de Istambul, na Turquia, e causaram pelo menos 41 mortos e 239 feridos. Apesar de nenhum grupo assumir a autoria do ataque, o Governo turco acusa o Estado Islâmico (EI) como responsável pelo massacre. Nesta matéria contamos o que se sabe até o momento sobre o atentado.
O que aconteceu?
Por volta das 22h (16h de Brasília), a polícia identificou dois suspeitos no andar do aeroporto que leva à área de desembarques do terminal internacional. Sua intenção era passar o controle de segurança que dá acesso ao prédio, explicou ao EL PAÍS uma fonte do Ministério do Interior turco.
O primeiro-ministro, Binali Yildirim, disse na madrugada de terça para quarta-feira que “não ocorreu um erro de segurança”. Mas, segundo os depoimentos de alguns funcionários do aeroporto, um dos jihadistas penetrou no terminal dando tiros e pulando o controle, informa o correspondente Andrés Mourenza. “Nós não podíamos fazer nada porque não estávamos armados”, explicou ao EL PAÍS um segurança privado encarregado dos controles de acesso ao aeroporto. “Considerando a diferença de potência de fogo [o terrorista estava armado com um Kalashnikov], os policiais fizeram muito”, disse uma fonte da área de segurança.
Os agentes responderam com disparos para tentar neutralizar o atacante com o Kalashnikov. Foi atingido, mas depois conseguiu acionar o explosivo que carregava. Um terceiro atacante detonou explosivos no estacionamento do aeroporto, exatamente por onde as pessoas tentavam escapar.
O governador de Istambul, Vasip Sahin, afirmou na terça-feira que pelo menos três terroristas suicidas detonaram seus explosivos.
Confusão inicial
O ataque desatou a confusão. Em um primeiro momento, a agência AP divulgou 50 mortos, citando funcionários turcos. Mais tarde, corrigiu os números e diminuiu o total a 31. Horas depois, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que 36 pessoas morreram, além dos três terroristas, e 147 ficaram feridas. O primeiro-ministro também afirmou que existiam feridos em estado grave, de modo que o número de mortos pode aumentar nas próximas horas. De acordo com a confirmação de uma fonte ao jornal Daily Sabah, eram seis os feridos com gravidade. O governador de Istambul, ao meio-dia (6h de Brasília) de quarta-feira, informou que pelo menos 41 pessoas morreram no atentado e que outras 239 ficaram feridas. Dessas, 109 já receberam alta.
Identificação das vítimas
Já foram identificadas 37 das 41 vítimas, informou o governador de Istambul em um comunicado. A maioria dos mortos é turca. Pelo menos 13 das vítimas são estrangeiras – três delas com dupla nacionalidade –, segundo o governador, que acrescentou que 19 corpos foram entregues às suas famílias.
Entre os mortos estão cinco sauditas, um uzbeque, um tunisiano, dois iraquianos, um iraniano e uma ucraniana, informa Andrés Mourenza. Os cadáveres dos três terroristas suicidas permanecem no necrotério.
Quem são os jihadistas?
Por enquanto, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. Mas o primeiro-ministro sugeriu que os primeiros indícios levam ao Estado Islâmico “As evidências indicam o Daesh” (acrônimo depreciativo em árabe que também é utilizado para se referir ao EI). O primeiro-ministro turco informou que os terroristas chegaram em táxis ao aeroporto. As autoridades continuam tentando identificar os atacantes, segundo declarações de Yildirim publicadas pelo jornal Hurriyet.
60 milhões de passageiros por ano no Atatürk
Mais de 60 milhões de pessoas passam anualmente pelo aeroporto Atatürk, que está na 11° posição do ranking mundial por passageiros. O aeroporto é o centro de operações da Turkish Airlines, uma das companhias aéreas de maior crescimento dos últimos anos. A entrada da área de passageiros do aeroporto, um dos mais movimentados do mundo, possui controles de segurança, com detectores de metal e escâneres.
Cancelamento de voos
Os voos foram retomados no aeroporto Atatürk, mas com menos tráfego aéreo porque muitas rotas foram suspensas. Mas os passageiros continuam chegando, informa Andrés Mourenza. A segurança foi reforçada e são feitos controles aleatórios a veículos que entram no aeroporto. Os terminais funcionam normalmente, com exceção da área na qual ocorreram os ataques.
Os voos da Turkish Airlines voltaram a funcionar às sete da manhã de quarta-feira (1h de Brasília). As centenas de voos operados pela companhia durante os próximos dias podem ser reprogramados e desviados, sem custo aos passageiros. A companhia aérea informou em seu site que os usuários também podem solicitar a devolução de suas passagens.
A companhia anunciou o cancelamento de grande parte de seus voos com destino ou saindo de Istambul. Entre eles, um procedente do aeroporto Costa do Sol de Málaga, com saída prevista às 13h45 (8h45 de Brasília), e outro com destino ao mesmo aeroporto, com saída do aeroporto Atatürk às 9h05 (3h05 de Brasília). Em seu site, a Turkish Airlines colocou uma lista pela qual é possível consultar as mudanças nos voos.
Mais de 250 mortos no último ano
Durante o último ano a Turquia, um importante aliado da OTAN, sofreu uma onda de atentados em Istambul e Ancara. O de terça-feira é o último de uma série de ataques com os quais tanto os jihadistas do EI como os nacionalistas curdos de vários grupos armados provocaram mais de 250 mortos. A Turquia deixou de ser um oásis de paz em meio ao caos do Oriente Médio para sucumbir às tensões que devastam a região.
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