BCE e o Banco da Inglaterra socorrem o sistema financeiro após resultado do referendo
Londres prepara uma injeção de 1,17 trilhão de reais e Frankfurt diz que pode colocar mais liquidez
O Banco da Inglaterra (BoE) declarou estar preparado para injetar 250 bilhões de libras (1,17 trilhão de reais) para manter o funcionamento dos mercados e das entidades financeiras após o terremoto nas bolsas provocado pela vitória dos partidários da saída da União Europeia (UE) no plebiscito de quinta-feira.
Horas depois, o Banco Central Europeu (BCE) foi ao mercado com outra nota afirmando estar preparado para injetar mais liquidez nos mercados e assegurando a estabilidade de preços após a vitória dos partidários do Brexit.
O maior órgão financeiro europeu considera que o sistema bancário europeu é “resistente em termos de capital e liquidez” e afirma que está “preparado” diante dessa “eventualidade” em contato com todos os bancos que supervisiona.
“O BCE está preparado para injetar liquidez adicional em euros e em divisas estrangeiras se for necessário”, diz o comunicado do banco central, que frisa que “cumprirá com suas responsabilidades” para assegurar a estabilidade de preços.
Deste modo, a instituição presidida por Mario Draghi está supervisionando de perto o futuro dos mercados financeiros “em contato” com outros bancos centrais.
"Medidas adicionais"
O presidente do BoE, o canadense Mark Carney, afirmou que a instituição “está preparada” para esta situação e que “não descarta” tomar medidas adicionais que garantam a estabilidade dos mercados e o funcionamento da economia britânica.
“Já demos todos os passos necessários para nos preparar diante dos eventos de sexta-feira”, disse o principal responsável pela política monetária anglo-saxã, que acrescentou que, “para moderar os efeitos da decisão”, o BoE implementou “amplos planos de contingência”.
O Banco da Inglaterra disse, antes da divulgação do resultado da consulta, que estaria em coordenação com o BCE para controlar a situação que a medida pode causar nos mercados financeiros.
Para tranquilizar os investidores, Carney defendeu que os requerimentos de capital dos principais bancos do país são “dez vezes maiores” do que antes da crise, de modo que garantiu que têm a flexibilidade necessária para continuar concedendo crédito, tanto a empresas como a particulares. Afirmou que os bancos captaram 130 bilhões de libras (610 bilhões de reais) e têm em seus balanços mais de 600 bilhões de libras (2,81 trilhões de reais) em ativos de “alta qualidade”.
Todos os bancos britânicos, incluindo as filiais do Santander (o quinto maior banco do Reino Unido) e do Sabadell, o TSB, apresentaram ao supervisor de Londres um plano de contingência para evitar um colapso caso acontecesse o que aconteceu na sexta-feira, a queda dos mercados financeiros.
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