Detido no Brasil o fugitivo mais procurado da Argentina
Pérez Corradi é acusado de ter planejado o crime triplo ligado ao tráfico de efedrina
A causa judicial relacionada com o crime triplo na cidade de General Rodríguez, o mesmo que em janeiro teve uma cinematográfica fuga de três presos, e que revelou o tráfico de efedrina na Argentina, teve no domingo um episódio crucial para sua resolução. O ex-empresário farmacêutico Ibar Esteban Pérez Corradi foi detido em Foz do Iguaçu, graças ao trabalho conjunto de forças paraguaias e brasileiras. Trata-se do foragido mais buscado do país desde 2012, ano em que se radicou no Paraguai, onde formou uma nova família.
Foi o ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas, quem confirmou a captura do fugitivo. A operação, realizada de forma conjunta pelas autoridades binacionais, foi encabeçada pelo comandante da polícia paraguaia, delegado Críspulo Sotelo, apesar de ter se desenrolado em terras brasileiras. O detido já foi transferido para Assunção, onde deverá ser acusado de falsificação de documentos de identidade. A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou no domingo que o Governo pediu ao Paraguai a extradição dele.
Ocorre que Pérez Corradi formou uma nova família no Paraguai. Pagou a uma rede de policiais corruptos para obter documento de identidade e passaporte em nome de Walter Miguel Ortega Molinas, um homem que faleceu em 24 de novembro de 2002 em um acidente de trânsito na cidade de Fernando de la Mora (a 1.200 quilômetros de Assunção). Na Argentina sua captura foi pedida por três casos de homicídio e por lavagem de dinheiro, o que fez dele um dos homens mais buscados pela Interpol na região, a ponto de ter sido emitido um alerta vermelho. Pérez Corradi estava abrigado no país desde 2012 e, desde então, já teve filhos paraguaios.
Há quase duas semanas que a defesa do suposto narcotraficante alertava para a possibilidade de que se entregasse no Paraguai, mas isso nunca ocorreu, segundo os próprios advogados, porque estavam sendo negociadas as condições para ele fazer isso. O foragido pediu que não fosse extraditado para a Argentina, em troca de ser processado apenas por identidade falsa e ficar recluso no Agrupamento Especializado de Assunção.
No momento da prisão, tinha o cabelo rapado e usava cavanhaque. Residia em uma região central e bem rica de Foz do Iguaçu e, de acordo com Vargas, tentou apagar as impressões digitais. Tão logo chegou a Assunção foi posto à disposição do Ministério Público, que determinaria sua transferência ao Departamento Judicial da Polícia Nacional ou ao Agrupamento Especializado, segundo antecipou o secretário de Estado. No entanto, caberá a um juiz decidir onde permanecerá recluso.
Pérez Corradi é o homem apontado como autor intelectual dos assassinatos de Sebastián Forza, Damián Ferrón e Leopoldo Bina, mortos a tiros na localidade de General Rodríguez em agosto de 2008. Martín e Cristian Lanatta e Víctor Schillaci, os foragidos recapturados em janeiro, são os condenados por esse crime. Antes da fuga, um deles acusou de dentro da prisão o então governador peronista da província, Aníbal Fernández, de ser o mentor intelectual dos três crimes e de comandar uma rede de tráfico de drogas. Fernández, que foi chefe de Gabinete de Cristina Kirchner, acabou perdendo as eleições para María Eugenia Vidal, que pertence ao partido de Macri.
Durante a perseguição dos fugitivos, as autoridades policiais da província de Buenos Aires ofereceram uma recompensa de dois milhões de pesos para quem desse informações sobre o paradeiro de Pérez Corradi.
Além dessa acusação, Pérez Corradi é buscado pela Justiça dos Estados Unidos, que o quer processar pelo envio ao país de oxicodona, um derivado da heroína. Esteve preso, mas, ao terminar o prazo, e não tendo os EUA remetido a causa judicial, a Justiça o libertou em 2011.
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