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ONU pede reassentamento de 10% dos refugiados da Síria acolhidos pelos países vizinhos

Isso equivaleria a transferir cerca de 480.000 pessoas da Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito

Uma criança protesta na fronteira entre Grécia e Macedonia pela falta de água e alimentos. "Nem água nem comida", diz o eslogan pintado no peito.
Uma criança protesta na fronteira entre Grécia e Macedonia pela falta de água e alimentos. "Nem água nem comida", diz o eslogan pintado no peito.Darko Vojinovic (AP)

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez nesta quarta-feira um apelo à solidariedade da comunidade internacional para acolher 480.000 sírios que sobrevivem como refugiados nos países vizinhos, o que representa apenas 10% do total que se encontra abrigado nesses países. “O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados [ACNUR] calcula que pelo menos 10% dos refugiados sírios precisam ser assentados ou admitidos de alguma outra forma em um terceiro país. Isso representa 480.000 pessoas, um número relativamente pequeno se comparado às que são acolhidas pela Turquia, Líbano e Jordânia”, destacou Ban.

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Segundo os cálculos do ACNUR, a Turquia acolhe 2,7 milhões de sírios; o Líbano, que tem uma população de quatro milhões de habitantes, recebeu um milhão de refugiados; na Jordânia, eles somam 600.000; são 250.000 no Iraque e 120.000 no Egito

O secretário-geral da ONU foi encarregado de fazer a abertura de um encontro internacional que se realiza nesta quarta-feira em Genebra para tentar incrementar a realocação do maior número possível dentre os 4,8 milhões de refugiados que hoje sobrevivem espalhados no Oriente Médio. “Neste momento, peço aos países que ajam com solidariedade, em nome de nosso senso de humanidade comum, comprometendo-se com a adoção de novos caminhos para receber os refugiados sírios”, pediu o dirigente maior da ONU.

A ideia do ACNUR é que os países se comprometam a realizar diversas formas de acolhimento, não apenas o assentamento, como os vistos para estudantes (Portugal já faz isso), a reunificação familiar (a Suíça já faz isso) ou outros programas humanitários já aplicados por países como a Alemanha, o Brasil e a França.

O comprometimento, até agora, envolve 179.000 pessoas, embora a ACNUR não tenha condições de saber exatamente o número de pessoas realmente acolhidas pelos diferentes países. Esses compromissos não têm relação com as cotas de deslocamento definidas pela União Europeia e que são, em tese, obrigatórias para todos os países que fazem parte dela, cujo objetivo é assentar no continente os refugiados que já se encontram em território europeu.

“Os refugiados são conhecidos por sua devoção à educação, sua capacidade de resistência e de melhorar permanentemente. Eles trazem novas competências e experiências para uma população trabalhadora que está envelhecendo”. “As tentativas de demonizá-los são não apenas ofensivas mas também equivocadas”, concluiu Ban.

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