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O futebol europeu de novo em alerta

Bélgica x Portugal é transferido para Leiria; Espanha repetirá esquema de segurança

Ladislao J. Moñino
Morata, no aeroporto de Barajas, após a suspensão do jogo Bélgica x Espanha, em novembro.
Morata, no aeroporto de Barajas, após a suspensão do jogo Bélgica x Espanha, em novembro.reuters

Como já ocorreu nos atentados de novembro de 2015 em Paris, um deles ocorrido no próprio estádio Saint Denis durante um amistoso França x Alemanha, as ações terroristas desta terça-feira em Bruxelas praticamente coincidem com datas reservadas para jogos de seleções. O futebol volta a estar em alerta com a ameaça de novos ataques jihadistas.

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O jogo Bélgica x Portugal, marcado para a próxima terça em Bruxelas, chegou a ser cancelado, mas a Federação Portuguesa se ofereceu para receber a partida na cidade de Leiria, o que foi aceito pelos belgas. É a segunda vez consecutiva que a Bélgica é impedida de jogar no estádio Rei Balduíno por causa de uma ameaça terrorista. Em 16 de novembro, o amistoso com a Espanha, marcado para o mesmo lugar, foi cancelado por decisão das autoridades. Na ocasião, a imprensa belga chegou a especular que o cancelamento havia sido motivado pela presença nos arredores do estádio do jihadista Salah Abdeslam, um dos mentores e executores dos atentados de Paris, que foi preso nesta semana em Bruxelas.

A seleção espanhola viaja nesta quarta para Udine, onde na quinta enfrenta a Itália, e na sexta para Cluj, onde disputa amistoso contra a Romênia no domingo. A Federação Espanhola de Futebol manteve o reforço de segurança que já havia sido adotado na viagem a Bruxelas após os atentados na França. A decisão havia sido tomada antes mesmo das explosões suicidas de segunda-feira no aeroporto de Bruxelas e em uma estação de metrô da capital belga. Dois seguranças particulares da Federação e um policial se deslocaram na manhã de terça a Udine, onde mantiveram contato com as autoridades italianas e com os organizadores do jogo para avaliar o esquema de proteção a ser oferecido à delegação espanhola no desembarque em Trieste, na concentração, nos treinos e em seus deslocamentos. Fontes da Federação disseram que, no caso da Romênia, as autoridades desse país já se comprometeram a recolher a delegação espanhola junto ao avião, e que provavelmente isso acontecerá também em Trieste. O hotel da concentração, em Udine, será vigiado por seguranças particulares do próprio estabelecimento e por policiais italianos fardados e à paisana. Em Cluj, essas medidas de segurança se repetirão.

Intranquilidade

A lembrança da tensa noite em Bruxelas reapareceu entre os atletas da seleção espanhola. “Evidentemente não se vive totalmente tranquilo, porque já houve várias situações”, disse Pedro, consternado. “Mas precisamos seguir em frente, encarar nossos jogos. Confiamos na segurança que cada país estabelece para que não aconteça nada”, acrescentou o ponta do Chelsea. “Na Eurocopa vamos estar bem protegidos. Temos que pensar unicamente nos jogos, treinar e esperar que não aconteçam essas catástrofes.”

Na Eurocopa, a Espanha ficará concentrada num hotel na ilha de Re, localizada em frente à cidade de La Rochelle. Lá, o time estará protegido por policiais e pela unidade francesa de elite para o combate ao terrorismo (GIGN), tanto nos estádios e campos de treinamento quanto durante os deslocamentos. Além disso, a UEFA fornecerá oito membros da sua segurança privada que estarão permanentemente com a seleção espanhola. A empresa que presta serviços de segurança à Federação vem estudando nas últimas semanas o esquema a ser implantado, mas sabe-se que serão cinco ou seis pessoas acompanhando a delegação.

O técnico Vicente del Bosque é partidário dessas medidas de segurança, embora seu desejo é que não sejam muito perceptíveis – o que não parece muito provável diante do nível de alerta em vigor.

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