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Na TV, Dilma convoca população a combater ‘Aedes’ e anuncia ‘Dia D’

Mosquito é transmissor do zika, vírus apontado como responsável pelo aumento de casos de microcefalia

A presidenta Dilma Rousseff, em reunião sobre o zika na segunda-feira.
A presidenta Dilma Rousseff, em reunião sobre o zika na segunda-feira.EVARISTO SA (AFP)
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A presidenta Dilma Rousseff (PT) foi à TV na noite desta quarta-feira para pedir a mobilização da população na “batalha” contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika. O vírus é apontado como responsável pelo aumento de casos de microcefalia no país. De acordo com o último boletim, divulgado na terça pelo Ministério da Saúde, foram notificados 4.783 casos suspeitos da condição desde o final de outubro e 404 foram confirmados.

Em um discurso de exatos seis minutos, a presidenta apresentou as ações de mutirões que serão realizadas pelo Governo federal, em parceria com os municípios. Entre elas, um ‘Dia D’ contra o mosquito, no dia 13 de fevereiro, que contará com a presença de 220.000 homens das Forças Armadas."O mosquito que transmite o vírus zika pode estar na casa do seu vizinho, na sua casa, desde que haja água parada contida", ressaltou. "Enquanto não desenvolvermos uma vacina contra o vírus zika precisamos combater o mosquito. E a maneira mais eficaz é não deixando ele nascer, destruindo seus criadouros que, em mais de dois terços, estão dentro de nossas residências", afirmou a presidenta Dilma. "Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples. Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação em eliminar os criadouros".

Em meio a uma crise política e outra econômica que já se arrastam há um ano e levaram a cortes em todas as áreas do Orçamento, incluindo a saúde, a presidenta brasileira procurou descolar a crise do zika de seu Governo, afirmando que o vírus "não tem nacionalidade". "Começou na África se espalhou pelo sudeste da Ásia, pela Oceania e agora está na América Latina. E este foi um processo excepcionalmente rápido". Em diversos bairros de São Paulo, foi possível ouvir panelaços durante a fala dela, algo que se tornou comum no último ano em todos os pronunciamentos.

Mais cedo, em um evento de entrega de casas populares no interior de São Paulo, ela afirmou que o Brasil vai provar que consegue acabar com o mosquito. “Vamos provar que esse país tem consciência e determinação para acabar com esse mosquito antes que ele comprometa as nossas crianças e as nossas grávidas”, disse. Ela ressaltou também que o país desenvolverá “de qualquer jeito” uma vacina contra o zika vírus, em parceria com os Estados Unidos. Na última sexta-feira, ela e o presidente dos EUA, Barack Obama, conversaram por telefone para acertar a parceria. A previsão, entretanto, é que a vacina demore a ser desenvolvida.

A gestão no combate ao Aedes aegypti tem recebido críticas até do próprio ministro da Saúde, Marcelo Castro, que assumiu a pasta em outubro passado. Ele afirmou que o Brasil está “perdendo a guerra” contra o mosquito. A declaração criou mal-estar no Governo, mas logo depois a própria presidenta fez a mesma afirmação. “Nós estamos perdendo a luta contra o mosquito. Não vou dizer que estamos ganhando, mas nós vamos ganhar esta guerra”.

A grande dificuldade no combate ao mosquito é o fato de ele ter se domesticado. Segundo o Ministério da Saúde, 80% dos focos de proliferação do mosquito (água parada) estão nas casas das pessoas. Por isso, os agentes de saúde precisam fazer o trabalho de visita de casa em casa e, muitas vezes, enfrentam resistência dos moradores que temem que a visita seja um golpe de ladrões para assaltar suas casas. Nas últimas semanas, homens das Forças Armadas têm acompanhado esses agentes com o objetivo de passar mais confiança para os moradores. Sem um combate efetivo ao mosquito, o Brasil teve, no ano passado, 1,6 milhão de casos suspeitos de dengue, vírus transmitido também pelo mosquito. Foi um recorde.

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