As melhores cidades da Europa para andar de bicicleta
Aplicativos, páginas, agências especializadas e outras pistas para fazer turismo em bicicleta
Três amigas de Madri visitam Amsterdã e passeiam pelas margens dos canais montadas em bicicletas. Um casal –ele dinamarquês, ela espanhola– aluga bicicletas para ambos e seus dois filhos em Copenhague. Um jovem de Barcelona e sua namorada pedalam entre Viena e Budapeste. Um cidadão de Málaga planeja suas férias para fazer uma turnê cicloturística no verão. Os viajantes são amantes das duas rodas. Multiplicam-se os aplicativos para os ciclistas, há cada vez mais empresas especializadas em cicloturismo, rotas são sinalizadas e folhetos turísticos incluem itinerários específicos.
As cidades que partem com vantagem para atrair esses novos viajantes são as que mais cuidam desse meio de transporte e de seus usuários. De acordo com o índice de Copenhague (um ranking bianual que lista as cidades com mais de 600.000 habitantes mais bem preparadas para esse meio de transporte), as cinco primeiras na última edição são, nesta ordem, Copenhague, Amsterdã, Utrecht, Estrasburgo e Eindhoven. As primeiras espanholas, Sevilha e Barcelona, ocupam o décimo e o décimo primeiro lugares, respectivamente. Vamos ver o que as cidades europeias fazem para que os ciclistas, turistas ou não, sejam mais felizes.
Sevilha abre o caminho: construiu ciclovias por toda a cidade, aumentando esse tipo de deslocamento de 0,6% para 9,8% entre 2006 e 2011. Os visitantes podem alugar bicicletas públicas (www.sevici.es) contratando com seu cartão de crédito um passe válido para uma semana por 13,33 euros (cerca de 50 reais), com um depósito caução de 150 euros. A Prefeitura explica que, além das bicicletas dos moradores, o serviço de aluguel de bicicletas é um dos mais requisitados nos hotéis da cidade, e que vai lançar um sistema de passe de transporte que incluirá ônibus, metrô e bicicleta. O Governo municipal (www.sevilla.org) publica itinerários com rotas para ciclistas que incluem explicações sobre os monumentos, e também se pode contratar visitas guiadas.
O traçado plano e os vários quilômetros de ciclovias segregadas fazem de Barcelona um lugar ideal para pedalar. As bicicletas públicas da capital catalã são pensadas para os residentes (é necessário um documento local que leva dias para ficar pronto), mas há muitas outras opções: alugar com uma empresa como a Rent a Bike (www.barcelonarentabike.com) ou a Bcn Bike (www.bcnbike.es), ou fazer uma viagem com a BarnaBike (http://barnabike.com) ou a Born Bike (www.bornbikebarcelona.com). A área metropolitana também conta com a Rede de Cidades pela Bicicleta, que representa 168 municípios espanhóis (incluindo quase todas as grandes cidades) e presta aconselhamento sobre como melhorar e se tornar uma cidade bikefriendly (amigável para as bicicletas). "As cidades espanholas estão preparadas para que as pessoas andem de bicicleta, talvez o que ainda não esteja pronto sejam as pessoas", diz Nacho Tomás, secretário nacional da organização.
Madri se propôs a vencer suas muitas ladeiras e a falta de uma cultura ciclística por meio de bicicletas eléctricas públicas (www.bicimad.com). Os turistas podem alugar as bicicletas públicas com um cartão de crédito e retirar um passe válido por um dia, três dias ou cinco dias. São cobrados 150 euros na hora do aluguel e depois se devolve o pagamento com o desconto do valor correspondente ao que foi utilizado. Mas a cidade continua a ter problemas, como o pouco cuidado dos motoristas de automóveis. "Aqui não se respeita as bicicletas, os carros buzinam quando você anda na rua e os pedestres reclamam se você sobe na calçada em um trecho perigoso", afirma Lucía Martín, de 27 anos, uma usuária do BiciMad.
Outras cidades não ficam atrás. Zaragoza é a primeira do mundo com todas as suas ciclovias e estações de bicicletas públicas presentes no Google Map e Youtube, como se pude ver em seu página www.bizizaragoza.com e no nocarrilesbicizaragoza.blogspot.com. Segóvia propõe seis rotas ciclísticas para os turistas durante o verão e aluga bicicletas por três euros ao dia (www.movilidadsegovia.es/). Em Granada, há rotas de bicicleta elétrica –para sobreviver às suas duras ladeiras– como a que organiza a empresa In Bicycle We Trust (www.inbicyclewetrust.com), também presente em outras cidades. O preço baixo (três euros) das bicicletas públicas de Murcia (muybici.labici.net) faz com que sejam uma boa escolha para os turistas.
Pedal pela Europa
Copenhague é um verdadeiro paraíso para os ciclistas. Lourdes Crespo, 44 e casada com um dinamarquês, sabe bem. "A cidade é plana, existem ciclovias e estacionamento especial em todos os lugares. Tanta gente anda de bicicleta que até se formam engarrafamentos ciclísticos. E para que seja mais difícil roubá-las, são registradas", diz. Crespo, seu marido e seus dois filhos vivem em Mallorca, mas já pedalaram por Copenhague em várias viagens. Os turistas podem alugar bicicletas públicas muito modernas (bycyklen.dk/en/) com acesso a GPS e Internet, por cerca de sete coroas por hora (cerca de 10 reais). Com esses incentivos, a cidade ocupa em 2015 o primeiro lugar no índice que leva seu nome.
A segunda na classificação é Amsterdã. "É uma cidade feita por e para as bicicletas. É o transporte mais utilizado. Além disso, o território é muito plano e há um grande respeito pelos ciclistas ", diz Carmen Prieto, de 26 anos. Sua experiência foi uma viagem com duas amigas para a capital holandesa, que percorreram de bicicleta por três dias. O site oficial do turismo municipal (www.iamsterdam.com/es/) contém muitas opções de locação (cerca de 8 euros por dia), bem como passeios pela cidade (que tem 400 quilômetros de ciclovias) e seus arredores. O país conta inclusive com uma Embaixada Ciclista (www.dutchcycling.nl), um organismo oficial que se encarrega de ampliar o amor pelas duas rodas.
Berlim, com 620 quilômetros de vias para os ciclistas, tem dezenas de empresas que alugam bicicletas por cerca de 10 euros por dia, como o www.berlinfahrradverleih.com. "Percorrer a cidade de bicicleta é uma alegria. As pessoas cuidam muito delas, em todo bairro há espaço para deixá-las e muitas ciclovias", diz Beatriz Rojas, 37 anos, que já pedalou lá com seu marido. A capital alemã também oferece visitas guiadas (www.berlinonbike.de/en/), e o site BBBike (www.bbbike.de) mostra rotas de ciclismo para se fazer por conta própria.
Londres passou por uma grande transformação para se adaptar às duas rodas, enchendo a cidade de ciclovias segregadas do trânsito. Além disso, qualquer um pode alugar uma bicicleta pública (https://tfl.gov.uk/) –patrocinadas pelo Banco Santander– por duas libras por dia (cerca de 10 reais), além de depósito de segurança, e usá-la por períodos de meia hora. A capital britânica se inspirou em Sevilha para desenvolver sua rede ciclística urbana e seu plano diretor para a bicicleta, que inclui investimento anual de 100 milhões de euros durante a próxima década.
Em Paris também se pode alugar uma das suas bicicletas públicas (http://velib.fr/) por 1,70 euro por dia, ou oito euros por semana. Como em quase todos os sistemas, os primeiros 30 minutos são grátis. "Eu moro em Paris e aqui é muito fácil alugar bicicletas", diz Pau Regañas, 29, nascido em Barcelona. Ele também é adepto do cicloturismo. "No verão, minha namorada e eu pegamos uma bicicleta em Viena e pegamos uma rota de 340 quilômetros até Budapeste". Uma empresa austríaca, a Viena Explorer (www.viennaexplorer.com), alugou as bicicletas e equipamentos por cerca de 95 euros por semana e recebeu o casal na capital húngara. Os interessados nesse tipo de viagens contam também com a EuroVelo (www.eurovelo.org), uma rede de rotas de ciclismo que já está em funcionamento e que, em 2020, pretende ter 70.000 quilômetros de itinerários em todo o continente.
Na Espanha surgiu a Ciclored (www.ciclored.com), uma agência de viagens com foco no ciclismo que permite, por exemplo, seguir a rota do Tour de France e fazer os trechos finais de etapas (60 a 90 km por dia), com uma excursão organizada onde se inclui alojamento e bicicletas. "Em cada viagem temos grupos de 20 a 25 pessoas, cada vez há mais interesse", afirma Luis Ortega, criador da empresa, que faz todos os tipos de itinerários. "Eu costumo organizar um período de férias a cada ano para fazer uma rota de bicicleta", diz David Moreira, que já viajou com a Ciclored para as Dolomitas e os Pirineus. "Fazer esporte, conhecer novos lugares e compartilhar a experiência com os amigos". Para Juan Gallardo, essa combinação é a chave para o sucesso das rotas de cicloturismo.
Aplicativos para ciclistas
Os aplicativos e sites para tirar o máximo das bicicletas são cada vez mais numerosos. O Bikemap (http://www.bikemap.net) é um 'app' para iPhone e Android que mostra rotas perto de onde você quer pedalar. Usa como base uma comunidade de ciclistas que atualiza itinerários continuamente e possui 1.594.464 rotas. Outros 'apps' similares são MapMyRide (www.mapmyride.com), que ainda mede distâncias, tempo e gasto de calorias, e o CycleDroid.Strava (www.strava.com), que permite acompanhar os percursos via GPS, e estabelecer desafios. O Bike Away, para iPhone e desenvolvido por uma empresa espanhola, encontra os pontos de aluguel de bicicletas mais próximos da sua posição em 262 cidades de 25 países, e estabelece rotas com o Google Street View. O PhiLock (www.philock.net/) funciona como uma espécie de Airbnb para bicicletas: a plataforma tem uma tranca que se destrava usando um código no celular, código esse que pode ser utilizado para se alugar bicicletas entre particulares. Um site semelhante é o Spinlister (https://es.spinlister.com), que tem aplicativo para Android e Apple. Bici Repair e Bike Repair (www.bikerepairapp.com) são dois 'apps' com tutoriais para ensinar a consertar sua bicicleta.
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