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Série de explosões e tiroteios na Indonésia deixa ao menos sete mortos

Atentados “imitaram os atos terroristas de Paris” e tiveram a autoria do Estado Islâmico

Homem não identificado segura uma pistola em Jacarta.Foto: atlas | Vídeo: Veri S. (AP) / ATLAS

Uma série de explosões e tiros no centro de Jacarta, capital da Indonésia, causou a morte de sete pessoas nesta quinta-feira. Um número ainda indeterminado de agressores detonou dois artefatos explosivos e disparou de forma indiscriminada contra quem passava pelo local. Depois disso, vários deles se entrincheiraram num shopping center, onde foram perseguidos pela polícia durante mais de duas horas, período em que foram ouvidos vários tiros. A autoria do ataque foi atribuída ao Estado Islâmico, segundo confirmou a agência de notícias Aamaaq, aliada ao grupo terrorista. "O ISIS [sigla em inglês para o Estado Islâmico] está por trás desse ataque definitivamente", afirmou o chefe da polícia de Jacarta à Reuters.

Cinco dos mortos são parte do grupo de agressores, e os outros dois são civis – um indonésio e um holandês, segundo o ministro da Segurança, Luhut Panjaitan. O número de mortos não é definitivo. A primeira explosão ocorreu às 10h35 (1h35 em Brasília) diante de uma lanchonete situada no térreo do shopping Sarinah. Minutos depois houve outra deflagração, alguns metros adiante, bem em frente a uma delegacia de polícia.

“Ouvi uma forte explosão, parecia um terremoto. Descemos e vimos a lanchonete destruída (...). Todo mundo se aproximou e de repente apareceu um terrorista com uma pistola e começou a atirar contra nós e depois contra a lanchonete. E então a delegacia... e se explodiu”, relatou Ruli Koestaman à agência France Presse.

Várias testemunhas afirmaram ter ouvido mais de seis explosões, mas a polícia informou que foram apenas duas, e os demais estampidos eram do tiroteio que se seguiu entre os agressores e as forças de segurança. Tampouco ficou claro se os terroristas morreram abatidos pela polícia ou se alguns deles acionaram cinturões explosivos, conforme mencionaram várias testemunhas à imprensa local. As primeiras informações falavam de um grupo com 10 a 15 homens armados, e posteriormente o porta-voz policial Igbal Kabid afirmou que todos os agressores haviam sido “neutralizados”, segundo a agência oficial de notícias Antara, o que implicaria que eram apenas cinco.

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A polícia indonésia relatou que em dezembro já havia recebido uma ameaça do EI, autor dos ataques, em que a organização terrorista dizia ter a Indonésia, mais populoso país muçulmano do mundo, em seu “ponto de mira”. Outro porta-voz policial, Anton Charliyan, afirmou que os atentados da quinta-feira “imitaram os atos terroristas de Paris”. Jacarta elevou há poucas semanas o nível da alerta diante de várias informações que apontavam para um ataque suicida na cidade durante as celebrações do Ano Novo.

O shopping que foi alvo dos ataques fica perto da representação local da ONU, da sede do Banco Central, de várias embaixadas e do palácio presidencial

Durante as longas horas de perseguição, a polícia isolou as ruas vizinhas ao local do ataque e pediu aos moradores que ficassem em suas casas. O shopping Sarinah está no bairro de Jalan Thamrin, perto da representação local da ONU, da sede do banco central, de várias embaixadas e do palácio presidencial.

O presidente indonésio, Joko Widodo, descreveu o ataque como “ato de terror” e insistiu às forças de segurança para que “prendam de forma imediata os culpados e a sua rede”. O mandatário está numa viagem de trabalho fora de Jacarta, mas prometeu que “em breve” voltará à capital.

A Indonésia já sofreu outros atentados perpetrados por radicais islâmicos. O mais mortífero foi no ano 2002, em Bali, quando 202 pessoas morreram por causa da explosão de uma bomba numa área com vida noturna agitada. O último ataque na capital ocorreu em 2009 e provocou a morte de sete pessoas.

Com informações de Agências

Corpos espalhados pelo chão após o atentado em Jacarta.
Corpos espalhados pelo chão após o atentado em Jacarta.BEAWIHARTA (REUTERS)

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