_
_
_
_

EUA processam Volkswagen pelo escândalo das emissões

Ação judicial é no âmbito civil, mas não fecha a porta para que os culpados sejam também responsabilizados criminalmente

Logotipos de segunda mão de veículos Volkswagen.
Logotipos de segunda mão de veículos Volkswagen.Michael Sohn (AP)

O escândalo das emissões se complica para o grupo Volkswagen nos Estados Unidos, agora pela via da Justiça. O Departamento de Justiça entrou com uma ação em nome da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) contra a montadora alemã por haver violado deliberadamente a Clean Air Act [Lei do Ar Limpo] ao instalar em cerca de 600.000 carros equipados com motores diesel um sistema que lhes permitiu fraudar as emissões de gases poluentes.

Mais informações
O declínio do carro particular
Volkswagen perde 7,2 bilhões de reais pelo caso das emissões
“Ferramos tudo”, diz diretor da Volkswagen nos EUA sobre fraude

Já conhecido como Diesel Gate, o escândalo foi descoberto no dia 18 de setembro e mergulhou a multinacional europeia numa crise sem precedentes, que está pesando sobre suas vendas em todo o mundo. Naquele momento foram suspensas as vendas de novos modelos tão populares como Jetta, Golf e Audi A3. A Volkswagen se viu forçada pouco depois a retirar o pedido de certificação para os veículos diesel que deveria lançar em 2016.

A ação judicial do Governo norte-americano nessa fase foi formalizada civilmente e busca uma compensação financeira pela violação intencional da legislação ambiental. O montante do processo ainda não foi definido, mas poderia atingir bilhões de dólares. Além disso, se deseja colocar mais pressão sobre a direção do grupo para que adote as medidas necessárias para remediar a fraude e evitar que algo semelhante aconteça no futuro.

A ação judicial movida na segunda-feira em Detroit será transferida para a Carolina do Norte, onde há uma ação coletiva pendente contra a Volkswagen movida por particulares. A ação judicial não fecha a porta para que o departamento dirigido pela nova-iorquina Loretta Lynch possa responsabilizar criminalmente os culpados por essa flagrante violação da legislação ambiental nos EUA.

O Diesel Gate foi inicialmente limitado aos motores de dois litros, que equipam carros pequenos de quatro cilindros. A investigação da EPA revelou dois meses depois que esse sistema de controle das emissões de gases poluentes foi instalado em veículos com motores diesel maiores, de três litros e seis cilindros, como o SUV Cayenne, da Porsche, e o Audi Q5.

Efeitos nocivos

As fraudes afetam modelos vendidos desde 2009. “Os fabricantes de automóveis que não conseguem certificar devidamente os seus veículos e usam esse sistema para enganar os controles de emissão quebram a confiança do público, colocam em risco a saúde dos cidadãos e tiram proveito dos concorrentes”, disse John Cruden, assistente da promotora-geral.

Na nota que explica os argumentos da ação judicial, o Departamento de Justiça assinala que esse tipo de emissão tem efeitos nocivos à saúde humana por suas consequências sobre o sistema respiratório e cardiovascular. Especificamente, cita os efeitos que tais poluentes podem ter em crianças, idosos e pessoas que sofrem de algum tipo de doença respiratória.

A pena máxima que pode ser aplicada ao grupo Volkswagen por ter se esquivado ilegalmente da legislação da EPA atinge 37.500 dólares (cerca 151.000 reais) por veículo que possuía o sistema que fraudava as emissões. Isso aproximaria a multa dos 20 bilhões de dólares apenas nos EUA, quase quatro vezes mais do que a petroleira BP aceitou pagar no verão passado pelo vazamento no Golfo do México.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_