_
_
_
_

Exército iraquiano proclama vitória sobre o Estado Islâmico e retoma Ramadi

Capital da província de Al Anbar estava em poder dos jihadistas desde maio

Juan Carlos Sanz
Um combatente pró-governo observa uma coluna de fumaça em um bairro de Ramadi hoje durante a ofensiva do Exército.
Um combatente pró-governo observa uma coluna de fumaça em um bairro de Ramadi hoje durante a ofensiva do Exército.STR (AFP)
Mais informações
Criptografia é a nova arma do Estado Islâmico
A vida depois do Estado Islâmico

A bandeira do Iraque podia ser vista no domingo à noite na sede do governo de Ramadi, a 90 quilômetros a oeste de Bagdá seguindo o curso do rio Eufrates, que tinha sido conquistada pelas milícias do Estado Islâmico (EI) há sete meses. As tropas iraquianas, na época, fugiram em debandada. Agora demoraram semanas para desocupar bairro por bairro os combatentes jihadistas, que opuseram uma feroz resistência no centro da capital da província sunita de Al Anbar.

O intenso apoio dos bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos permitiu que o exército iraquiano declarasse sua primeira grande vitória contra as forças do califado, que tinham tomado a parte noroeste do país há 18 meses. “A retomada de controle do complexo de prédios governamentais em Ramadi significa que derrotamos [os combatentes jihadistas]”, disse em um comunicado o porta-voz das Forças Armadas iraquianas Sabah al Numani. “Nosso próximo passo é limpar os focos de resistência na cidade”, declarou à Reuters.

A televisão estatal iraquiana mostrou imagens de tanques e veículos militares avançando em Ramadi, enquanto as forças terrestres limpavam o entulho. Fontes militares disseram à France Presse que pelo menos 50 jihadistas tinham morrido nas operações durante o fim de semana, assim como cinco soldados iraquianos.

Os Estados Unidos e seus aliados estão treinando há meses as tropas de Bagdá para melhorar sua capacidade de combate. No mês de abril elas já conseguiram retomar a cidade de Tikrit, no vale do Tigre ao norte da capital nacional, mas tiveram que ser reforçadas por milícias xiitas no centro e no sul do país com oficiais iranianos para conseguir expulsar o EI de suas posições.

Avançar com cautela

Agora o Exército interveio pela primeira vez sozinho em Ramadi, onde avançou com cautela desde o início de novembro pela presença de franco-atiradores e bombas escondidas, depois de ter aumentado o cerco à cidade. No domingo, 20, o comando militar em Bagdá lançou o ataque final, que, aparentemente, concluiu neste domingo com o hasteamento da bandeira tricolor com as três estrelas federais (pelas comunidades xiitas, sunitas e curdas) no edifício que simboliza o poder na cidade. Durante 2015, o Estado Islâmico perdeu 14% dos territórios que tinha conquistado no ano anterior.

“A vitória de Ramadi é uma boa notícia para o povo de Mossul”, disse o porta-voz Al Numani, sinalizando como próximo alvo das tropas iraquianas a capital do norte do país, onde vivem cerca de dois milhões de pessoas, e que supostamente é uma das principais fontes de renda do califado.

As imagens de televisão mostraram uma paisagem de destruição em Ramadi, cuja área de influência chegou a contar com 200.000 habitantes, com bairros inteiros arrasados depois de quase dois meses de combates. Perto de um milhão de habitantes na província de Al Anbar foram deslocadas pela guerra nos últimos dois anos.

O governo de Bagdá disse que a maioria dos habitantes da capital provincial tinha sido evacuado antes da ofensiva contra o centro de Ramadi. Testemunhos de moradores recebidos pela BBC apontavam, no entanto, que dezenas de civis estão presos e sem comida no fogo cruzado.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_