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Los Angeles fecha todos os colégios por uma ameaça de bomba

Segundo maior sistema escolar dos EUA recebeu uma ameaça na manhã desta terça-feira

Pablo Ximénez de Sandoval
Painel avisa que não haverá aula em Los Angeles.
Painel avisa que não haverá aula em Los Angeles.JONATHAN ALCORN (REUTERS)

O sistema de escolas públicas de Los Angeles cancelou as classes nesta terça-feira devido a uma ameaça de bomba "crível" recebida nas primeiras horas da manhã. Trata-se do segundo maior distrito escolar dos Estados Unidos, com 640.000 alunos e mais de 1.000 centros escolares. A decisão foi anunciada às 7 da manhã, quando já muitos estudantes, desde o ensino primário até a educação para adultos, encontravam-se nos centros educativos ou a caminho.

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O superintendente do Distrito Unificado Escolar de Los Angeles, Ramon Cortines, explicou que um membro do Conselho Escolar recebeu uma ameaça "eletrônica" que era dirigida contra "não uma, nem duas, nem três, senão várias escolas". A decisão foi tomada para "não assumir nenhum risco" e registrar um por um todos os centros educativos da cidade, uma tarefa que o distrito acha que levará todo o dia para concluir.

Não está claro o que tornou essa mensagem especialmente digna de crédito, uma vez que o distrito recebe ameaças “todos os dias”. A polícia afirmou que a mensagem eletrônica parecia vir do estrangeiro, especificamente de Frankfurt, na Alemanha.

Garagem com ônibus escolares parados em LA após suspeita de terrorismo.
Garagem com ônibus escolares parados em LA após suspeita de terrorismo.Damian Dovarganes (AP)

Duas horas depois do anúncio em Los Angeles, a polícia de Nova York informou que o sistema escolar da cidade também tinha recebido uma ameaça semelhante, mas concluíra que não era confiável. O comissário de polícia da cidade, William Bratton, opinou que as autoridades de Los Angeles reagiram de modo excessivo. Segundo Bratton, a pessoa que escreveu a mensagem dizia ser um jihadista, mas cometia erros que deixavam evidente que se tratava de um trote. O próprio prefeito de Nova York, Bill de Blasio, declarou: “Estamos absolutamente convencidos de que nossas crianças estão seguras”.

Cortines admitiu que o recente atentado terrorista em San Bernardino e a “situação do país e internacional” tinham contribuído para a tomada de decisão. Em 2 de dezembro, duas pessoas aparentemente inspiradas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assassinaram a tiros 14 pessoas em uma festa de Natal e depois morreram durante um tiroteio com a polícia. O ataque é considerado pelo FBI um atentado terrorista inspirado no islamismo radical, o que o transforma no pior ataque desse tipo nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro.

As escolas avisaram os pais por telefone que não haveria aulas por decisão da autoridade educacional e que qualquer criança que comparecesse seria enviada de volta a sua casa. O distrito começou a fazer chamadas automáticas aos telefones dos pais pouco antes das 8 da manhã. O superintendente Cortines reconheceu que isso causava um problema para os que já estavam nas classes, mas lembrou que as ameaças de bomba ou de possíveis tiroteios provocam fechamentos praticamente diários de escolas, durante os quais é preciso contatar as famílias uma por uma para que busquem os alunos. “Isto é a mesma coisa, mas em uma escala maciça”, disse Cortines.

Steve Zimmer, presidente do Conselho Escolar, pediu compreensão e “flexibilidade” aos empregadores na área de Los Angeles, pois muita gente não poderia chegar ao trabalho porque precisava encontrar alguém com quem deixar os filhos. A página na Internet do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles (LAUSD) só trazia uma frase, que dizia: "Todas as escolas estão fechadas hoje”. Além disso, mostrava um número de telefone para informações. Nesse número era repetida uma mesma frase: “Entendo a preocupação que as famílias estão tendo esta manhã, mas é vital que mantenham a calma”, dizia o prefeito da cidade, Eric Garcetti. “Esta decisão foi tomada pelo Distrito Escolar por excesso de precaução”.

O LAUSD só tem autoridade sobre escolas do município de Los Angeles, e não das de outros municípios do condado. Cortines não esclareceu se compartilhou a informação sobre a ameaça com outras cidades, como Santa Monica, Pasadena, Glendale e Long Beach.

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