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Interpol: só 5.600 dos 25.000 terroristas estão identificados

Organização policial admite que deve reduzir “essa brecha” sobre os combatentes

Javier Martín-Arroyo
Representantes de vários países na reunião da Interpol.
Representantes de vários países na reunião da Interpol.PACO PUENTES

No mundo existem por volta de 25.000 membros do terrorismo internacional, mas somente 5.600 deles estão identificados pelas Forças de Segurança, admite a Interpol. O secretário geral da organização de coordenação policial, Jürgen Stock, afirma que somente um de cada cinco terroristas estão identificados pelos países que trocam informações. A maioria desses combatentes está na Síria, Iraque e Afeganistão.

“Precisamos reduzir essa brecha. Devemos mandar uma mensagem de unidade ao Estado Islâmico para combater sua mensagem de unidade. A informação é a chave para a batalha policial, precisamos trabalhar juntos e todos nós sabemos que a ameaça é global”, disse Stock em um pronunciamento pela televisão na abertura do sexto encontro internacional sobre combatentes terroristas em Sevilha.

Os combatentes que as Forças de Segurança espanholas identificaram somam 139, dos quais acredita-se que 25 “retornaram” de países como a Síria. A maioria deles está presa. O ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, demonstrou os números da luta antiterrorista na Espanha, que acumula 650 detenções na última década e que tem sido especialmente intensa em 2015, quando foram realizadas 36 operações com 90 prisões, o dobro que em 2014. Entre essas pessoas se encontram supostos terroristas ligados a grupos, dispostos a viajar a regiões de conflito, mas também “lobos solitários” à margem das redes internacionais.

“Não estamos a reboque dos acontecimentos, estamos nos adiantando na luta antiterrorista”, enfatizou o ministro. Fernández Díaz chamou o equilíbrio entre segurança e liberdade de “simplismo e demagogia”. “A liberdade é uma bonita palavra que não tem conteúdo sem segurança”, disse. Perguntado sobre os registros realizados na França sem ordens judiciais, afirmou: “Não quero fazer juízos de valores, mas é preciso estar ao lado da França nos momentos bons e ruins”.

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O ministro estima que as reformas legais realizadas pelo Governo que afetam a Lei de Ajuizamento Criminal e o Código Penal foram feitas para combater o terrorismo internacional, uma vez que o terrorismo do ETA “foi aniquilado”. A Espanha está em risco elevado de atentado terrorista, mas a segurança absoluta e o risco zero não existem”, disse para relembrar sobre o nível 4 de alerta, mantido desde junho.

Finalmente, Fernández Díaz disse que precisa de informações para suspender o clássico Real Madrid e Barcelona do próximo final de semana: “Hoje, não pensamos em cancelar a partida”.

Um total de 120 membros de 39 países tão diferentes como a China, Azerbaijão e Filipinas estarão durante três dias na capital da Andaluzia para compartilhar estratégias para lutar contra os combatentes terroristas. É a sexta reunião sobre combatentes estrangeiros terroristas. A anterior foi realizada em junho em Barcelona.

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