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Partido de prêmio Nobel da Paz obtém maioria absoluta em Myanmar

Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi, supera os 329 assentos

Macarena Vidal Liy
Aung San Suu Kyi, na varanda da sede de seu partido.
Aung San Suu Kyi, na varanda da sede de seu partido.M. B. (AP)

Uma nova era se anuncia em Myanmar (antiga Birmânia). O partido da Prêmio Nobel da Paz Aug San Suu Kyi poderá nomear presidente, formar governo e colocar fim a mais de meio século de domínio dos militares. Segundo os dados fornecidos pela Comissão Eleitoral Central após a eleição de domingo, a Liga Nacional para a Democracia (LND) já conta com 348 lugares em ambas as Câmaras do Parlamento, acima dos 329 necessários para garantir a maioria absoluta e superar os 25% de cadeiras reservados por leis ao Exército.

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Com 84,6% dos votos apurados, a LND obtém 238 deputados na Câmara Baixa e 110 no Senado; por sua vez, o governista Partido da União, Solidariedade e Desenvolvimento (USDP) consegue apenas 40 cadeiras. As 42 restantes serão repartidas entre diversos partidos étnicos. No total, 491 cadeiras estavam em jogo.

Com os resultados, a LND poderá propor dois dos três candidatos à Presidência do país, dos quais um será escolhido pelo Parlamento. Os militares selecionam o terceiro candidato.

Aung San Suu Kyi é a líder indiscutível da LND e a política mais popular de Myanmar, mas não poderá aspirar à Presidência. A Constituição proíbe que pais de filhos com nacionalidade estrangeira ocupem o cargo, e os dois filhos da Nobel da Paz têm nacionalidade britânica.

No entanto, a filha do herói da independência da Birmânia, o general Aung San, afirmou que a Constituição é “muito boba” e que ela estará “acima do presidente”. Em entrevista à BBC após a eleição, disse que tomará “todas as decisões, como líder do partido vencedor”.

Para Aung San Suu Kyi, o triunfo contundente fecha um ciclo que começou há 25 anos. Na época, quando se encontrava em prisão domiciliar, a recém-fundada LND obteve 80% dos votos na eleição de 1990. Mas a Junta Militar negou-se a formar o Parlamento, o que anulou a vitória eleitoral.

Agora, os militares e o Governo do USDP, herdeiro da Junta, garantem que respeitarão o resultado das eleições. O presidente do país, Thein Sein, planeja se reunir com Suu Kyi nos próximos dias.

Ao contrário do que a maioria dos analistas tinha previsto, o Governo formado pela LND não terá a necessidade de procurar apoio para aprovar leis – nem do USDP nem dos partidos étnicos.

Mas o Governo não poderá prescindir totalmente do estamento militar. Alguns dos Ministérios mais poderosos, como Interior e Defesa, além de instituições como a Comissão Nacional de Segurança, continuarão sob o mando do Exército. Os militares também controlam boa parte da economia, diretamente ou através de redes de contatos pessoais.

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