O avião russo que caiu no Egito se rompeu no ar, segundo Moscou
Fragmentos se dispersaram por uma área de quase 20 quilômetros quadrados
O avião russo que caiu no sábado na península do Sinai (Egito) com 224 ocupantes se partiu em pleno voo, disse no domingo o Comitê de Aviação Interestatal (CAI) da Rússia. “A destruição ocorreu no ar, e os fragmentos se dispersaram por uma superfície de quase 20 quilômetros quadrados", disse à imprensa russa o diretor-executivo da CAI, Victor Sorochenko, após visitar o lugar do desastre com o Airbus A-321 da companhia russa Kogalymavia. Não houve sobreviventes, e mais de 160 cadáveres já foram encontrados.
As autoridades russas evitavam ontem citar possíveis causas do acidente no Sinai, onde há presença de grupos insurgentes armados. No entanto, os investigadores russos se mostravam céticos quanto à hipótese de que a aeronave pudesse ter sido abatida.
As duas caixas-pretas já foram recuperadas e começariam a ser analisadas neste domingo no ministério egípcio da Aviação Civil, no Cairo. Peritos egípcios e russos participarão dessa investigação, segundo fontes judiciais e governamentais egípcias. Legistas russos já examinaram 120 corpos transferidos para seis necrotérios da capital egípcia.
Sob o comando de um experiente piloto com 12.000 horas de cabine, o voo KGL-9268 decolou do balneário egípcio de Sharm el Sheikh às 5h51 de sábado (1h51 em Brasília) com destino a São Petersburgo, levando 217 passageiros (sendo entre 17 e 24 crianças, segundo diversas fontes) e 7 tripulantes. Todos os mortos são russos, com exceção de três cidadãos ucranianos e um bielorrusso. Os turistas russos representaram 25% dos visitantes estrangeiros no Egito em 2014.
Suspensão de voos
Enquanto isso, o organismo que regulamenta o transporte aéreo na Rússia, chamado Rostransnadzor, determinou neste domingo a suspensão de todos os voos da Kogalimavia com o modelo A-321. A ordem vale até que as causas do acidente da véspera sejam esclarecidas, segundo a agência Interfax. A RIA Novosti informa que a empresa ainda não recebeu a notificação.
As equipes de resgates russas chegaram neste domingo à área do acidente. Segundo o ministério russo de Emergências, os especialistas decidiram cobrir uma superfície de 16 quilômetros quadrados em torno do lugar onde se encontra a fuselagem do avião. O ministro Vladimir Puchkov dirige pessoalmente os trabalhos de resgate, por ordem expressa do presidente Vladimir Putin.
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