UE transforma o referendo grego em um ‘sim’ ou ‘não’ à Europa
O presidente da Comissão Europeia pede que votem a favor da proposta de Bruxelas
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ofereceu esta manhã uma dura interpretação do referendo que será realizado na Grécia. “Um não no referendo, independentemente da pergunta, significaria que a Grécia diz não à Europa. Todo mundo pensará que isso quer dizer que a Grécia deseja se distanciar do euro e da Europa”, afirmou Juncker numa entrevista coletiva convocada para falar do novo cenário criado pela consulta prevista para este domingo. Um não, segundo Juncker, seria “desastroso para os acontecimentos posteriores”.
Envolto por uma grande projeção da bandeira europeia ao lado da grega, Juncker, o principal mediador que Atenas teve durante esta etapa da interminável crise grega, manifestou-se “triste, afligido”, inclusive “traído”, em clara alusão ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a quem acusou de “não dizer toda a verdade”. O chefe da Comissão reuniu-se diversas vezes com Tsipras no último mês e sempre expressou sua convicção de que o acordo era possível.
Ante o referendo de domingo, Juncker pediu que os cidadãos gregos “votem sim”. “Pedirei ao povo grego que vote sim porque o voto será um sinal à Grécia e aos outros países membros. Se o povo grego responsável —consciente do papel nacional e europeu que exerce— votar sim, a mensagem aos demais Estados membros e de fora da União Europeia será que a Grécia quer ficar com os outros países da zona do euro e da UE”, disse Juncker.
Apesar do evidente mal-estar com Atenas, Juncker garantiu que a porta continua aberta para se tentar chegar a um acordo. “Todas as propostas estão sobre a mesa para alcançarmos um acordo confiável”, disse. Juncker refere-se ao acordo da última sexta-feira, que inclui uma redução do IVA (imposto sobre valor agregado) turístico para 13% e um plano de crescimento e emprego da Comissão Europeia no valor de 35 bilhões de euros (cerca de 175 bilhões de reais). “Este não é um pacote de austeridade estúpido. Não há cortes de pensões nem de salários”, declarou Juncker.
O presidente da Comissão disse também que existia no outono boreal um compromisso para tratar da restruturação da dívida grega, a principal exigência de Syriza, e que Tsipras sabia disso. Também acusou o líder grego de abandonar a negociação “no pior momento possível”. Juncker citou Chipre, Espanha, Irlanda e Portugal como exemplos de países resgatados —no caso espanhol, para o setor bancário— que também fizeram esforços importantes para resolver seus desequilíbrios.
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