Documento em poder de Bin Laden louvava atentados de Madri e NY
Texto tem assinatura do comandante de operações da filial da Al Qaeda na Somália
Entre os 103 novos documentos em poder de Osama Bin Laden encontrados em seu esconderijo no Paquistão, e que foram divulgados na quarta-feira pelo Governo dos Estados Unidos, encontra-se um em que abertamente se vangloria os atentados de 11 de março de 2004 contra os trens de Madri. “Pela graça de Alá, os honráveis mujahideens globais golpearam os trens espanhóis com explosões múltiplas e mortais na hora do rush, o que levou, pela graça de Alá, a que os espanhóis compreendessem a mensagem”, diz em inglês o texto intitulado Franquia do Terror, assinado pelo comandante de operações do Khorasan, filial da Al Qaeda na Somália, Abu Salih Al Somali.
Durante 15 páginas, Al Somali elabora a teoria de como os ataques terroristas da Al Qaeda atingiram em cheio os Governos ocidentais e provocaram mudanças em suas políticas, como o caso dos ataques de Madri, nos quais cerca de 200 pessoas perderam a vida em várias explosões nas estações de Santa Eugenia, El Pozo e Atocha (Madri).
O texto destaca “a inteligência suficiente” de certas administrações europeias de ceder ante as pressões do terror e retirar as tropas do campo de batalha (em referência ao Iraque), ao contrário dos “estúpidos arrogantes americanos e britânicos”.
Cheio de referências religiosas e agradecimentos a Alá, o longo texto faz um chamado a engenheiros, médicos, biólogos e farmacêuticos a se unirem à cruzada contra os Kafir do mundo (“os infiéis, especialmente aqueles dos EUA e dos países da OTAN”). O comandante do Khorasan indica qual é a missão do mujahideen atual: “matar centenas ou milhares de infiéis da América e seus aliados ocidentais, em seu território ou onde se encontrem”.
Franquia do Terror tem um subtítulo, que faz referência à necessidade de se colocar as técnicas e os meios digitais a serviço da jihad. “Trata-se de chamar a atenção por todos os meios possíveis, utilizando os mesmos métodos utilizados nas grandes campanhas de marketing e spam”, diz o terrorista, que relembra campanhas de sucesso como o atentado contra a embaixada dos EUA no Quênia, o ataque contra o porta-aviões USS Cole no Iêmen e, evidentemente, a operação do 11 de Setembro.
“As redes sociais, os blogs, Twitter, Facebook, MySpace… todas são plataformas com muita influência nas pessoas e nos grupos, e devem ser utilizadas adaptando as mensagens às normas, usos e língua de cada país para onde se enviem as mensagens”, continua o texto. A seguir, Al Somali explica a necessidade de preparar estatísticas que falem sobre os problemas dos EUA, como os dados de estupro, nível de alcoolismo, percentual de população carcerária, homossexualismo, aborto e uso de drogas.
O documento não tem uma data de publicação, mas parece fazer referência ao lema da campanha de 2008 de Barack Obama ao incentivar os jihadistas com o lema “Sim, nós podemos!”. O assassino imparável, outro subtítulo do texto, não precisa de plutônio ou de bombas nucleares para provocar um massacre. O comandante do Khorasan relembra aos bons muçulmanos de todo o mundo que envenenando a comida com explosivos caseiros também é possível realizar atentados terroristas.
O texto termina com uma nota final prática. “Por favor, que vossa primeira missão seja que esse ensaio se espalhe pela rede e seja impresso também, para que todo mundo tenha acesso a ele”, diz. “Por favor”, pede a seguir o líder terrorista, “traduza para o urdu, árabe, alemão e todas as línguas que sejam de bom proveito” para a causa.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.