Cameron propõe confiscar salários de imigrantes irregulares no Reino Unido
Trabalhar sem documentos ou empregar funcionário ilegal será crime, anuncia premiê
A polícia britânica poderá confiscar os salários recebidos por trabalhadores sem documentos oficias, como parte de uma ofensiva legislativa anunciada nesta quinta-feira pelo primeiro-ministro David Cameron com o objetivo principal de “fazer do Reino Unido um país menos atrativo” para a imigração irregular. Trabalhar sem documentos ou dar emprego a quem não tem situação regularizada será crime.
Os últimos dados oficiais, divulgados coincidindo com o discurso de Cameron na sede do Ministério do Interior, persistem em contradizer a promessa eleitoral do chefe de Governo de reduzir a imigração líquida anual para 100.000 pessoas. O número de 318.000 imigrantes registrado em 2014 representa um aumento de 50% em relação ao ano anterior, que o primeiro-ministro disse ter sido culpa da interferência de seus antigos aliados liberais-democratas no Governo. Reeleito em 7 de maio com uma maioria absoluta que acabou com a necessidade de fazer alianças com outras forças, Cameron promete agora “uma atitude mais dura e mais justa” ante a imigração ilegal, “que pode prejudicar nosso mercado de trabalho e reduzir os salários”.
O pacote de medidas antecipado hoje, que será apresentado oficialmente na próxima quarta-feira durante o tradicional Discurso da Rainha que abre a legislatura, tem como ponto principal a ameaça de processar os trabalhadores sem documentos e as empresas que os contratam. “Todos aqueles envolvidos no emprego ilegal estarão violando a lei”, destacou o primeiro-ministro em referência não só aos trabalhadores que entram no país de forma irregular, mas também aos cidadãos de fora da União Europeia que ingressaram como turistas ou estudantes e ficaram em território britânico para trabalhar depois que o visto expirou.
O Governo conservador projeta também outorgar poderes às administrações municipais para processar nos tribunais quem alugar uma moradia aos sem papéis, requerer aos bancos que inspecionem as contas dos clientes suspeitos de não terem regularizado sua residência no Reino Unido e acelerar os trâmites de deportação das pessoas sem documentos.
“Um país forte é aquele que controla a imigração, não o que permite situações ilegais”, disse Cameron às vésperas de viajar à Letônia para discutir com seus colegas da União Europeia um endurecimento nas regras nesse terreno. Londres pretende restringir o acesso dos imigrantes da comunidade europeia ao Estado de bem-estar britânico “para reduzir os incentivos de pessoas que querem se instalar nesse país”. Esse será o primeiro passo em seus esforços para renegociar o status do Reino Unido dentro da UE antes de um referendo sobre a permanência britânica no bloco comum europeu, que o premiê prometeu convocar em 2017 se ganhasse as eleições.
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