_
_
_
_

A vitória dos conservadores abre uma nova frente de negociações na Europa

Os 'tories' querem renegociar a posição do país na UE e celebrar um referendo em 2017

Claudi Pérez
Cameron acerca-se à maioria absoluta nas eleições britânicas
Cameron acerca-se à maioria absoluta nas eleições britânicasSTEFAN WERMUTH (REUTERS)

A vitória definitiva dos conservadores britânicos abre com força uma nova frente de negociações na cena política europeia. Um dos pilares do programa do partido de David Cameron é a renegociação da posição do Reino Unido na Europa e a realização, em 2017, de um referendo sobre a questão. Ainda que em Bruxelas e nas demais capitais haja muito pouco apetite para reabrir os tratados, o assunto ameaça sobrecarregar a agenda europeia nos próximos anos. A saída britânica em alguns ambientes preocupa ainda mais do que a da Grécia.

O primeiro ministro David Cameron colecionou escorregões em Bruxelas nos últimos anos, e provocou um certo cansaço em algumas chancelarias. Na metade da crise, tentou vetar o pacto fiscal: o resto da UE conseguiu driblá-lo. Tentou frustrar a candidatura de Jean-Claude Juncker à Comissão: novo fracasso. Conseguiu isolar-se como nunca: tanto a Alemanha como a França veem com algo mais do que receio o referendo que ele propõe. “Não há vontade de mudar os tratados”, avisam Berlim, Paris e Bruxelas, apesar dos desejos de Cameron de modificar o status do país na UE.

Mais informações
Conservadores obtêm maioria absoluta nas eleições britânicas
David Cameron: político sem sangue
Cameron abraça a reativação econômica para ser reeleito
O ocaso do império britânico
A UE escolhe Juncker apesar das pressões do Reino Unido

Mas a vitória clara de Cameron tornará difícil desconsiderar totalmente suas exigências. Os 'tories' querem aprofundar o mercado único, limitar a livre circulação de pessoas para evitar o chamado turismo do bem-estar —o suposto uso excessivo dos serviços públicos por parte dos imigrantes— e um papel mais importante dos Parlamentos nacionais para bloquear certas iniciativas.

“Deus separou o Reino Unido da Europa continental, e foi por alguma razão”, dizia a falecida Margaret Thatcher no fim do século passado. Quinze anos depois, abre-se uma temporada política disposta a estabelecer a distância dessa separação, e a dar resposta a um punhado de desafios adicionais. A economia britânica patina, com uma recuperação desequilibrada, uma preocupante perda de competitividade e uma crise que deixou cicatrizes no mercado imobiliário e no sistema financeiro. O nacionalismo escocês fez rachar as estruturas políticas. As relações com os EUA estão deprimidas. A Europa, enfim, não é a primeira preocupação do Reino Unido, mas uma crise nas relações com Bruxelas teria um impacto significativo dos dois lados do Canal.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_