_
_
_
_
_

Acusado pelo atentado de Boston é condenado à morte

Júri condena Tsarnaev pelo assassinato de três pessoas e ferimentos em 264

Dzokhar Tsarnaev durante o julgamento em Boston.
Dzokhar Tsarnaev durante o julgamento em Boston.AP

Dzokhar Tsarnaev foi sentenciado à morte nesta sexta-feira pelo atentado na maratona de Boston há dois anos, no qual morreram três pessoas e outras 264 ficaram feridas.

Mais informações
Boston corre a sua primeira maratona após os atentados
Indonésia executa segundo brasileiro condenado por tráfico
Utah retoma fuzilamento para executar presos condenados
Estados Unidos planejam voltar a usar câmaras de gás em execuções

Assim anunciou o júri depois de mais de 14 horas de deliberações durante os três últimos dias. Há pouco mais de um mês esses mesmos jurados o haviam declarado culpado de todas as acusações a que respondia pelo pior ataque em território norte-americano desde os atentados de 11 de Setembro de 2001.

Segundo testemunhas na sala do tribunal de Boston onde ocorreu o julgamento e a leitura do veredicto final, Tsarnaev praticamente não se alterou ao conhecer a sentença.

Entre o público que escutou o veredicto estavam os pais de Martin Richard, o menino de oito anos que se transformou na vítima fatal mais jovem do atentado de 15 de abril de 2013, de acordo com The Boston Globe. Apesar da perda, e de outro de seus filhos, Jane, de sete anos, ter ficado gravemente ferida no ataque, Bill e Denise Richard haviam pedido publicamente durante o julgamento que Tsarnaev não fosse condenado à pena capital. Segundo explicaram em uma coluna de opinião nesse jornal em abril, seu temor é que a sentença à pena de morte leve a uma sequência de apelações por parte da defesa que impeça as famílias das vítimas encerrarem esse obscuro episódio de suas vidas.

Com sua decisão, as sete mulheres e cinco homens que compunham o júri deram razão à promotoria, que havia pedido a pena máxima para o jovem, argumentando que ele não mostrou nenhum sinal de arrependimento pelo atentado cometido com seu irmão mais velho, Tamerlan, que morreu durante a fuga.

Dezessete dos 30 delitos que pesavam contra Tsarnaev implicavam a possibilidade da pena de morte. Para a condenação à pena máxima é necessária a unanimidade do júri, que a alcançou em sete das acusações mais graves. O jovem de 21 anos será previsivelmente executado por meio de injeção letal, embora provavelmente ainda se passarão vários anos – e numerosas apelações – antes que a sentença seja cumprida.

O caso mais similar ao de Tsarnaev é o de Timothy McVeigh, executado em junho de 2001, depois de ser declarado culpado pelo atentado de Oklahoma em 1995, que causou a morte de 168 pessoas.

A defesa do jovem de origem chechena nunca negou sua participação no atentado. Em vez disso, centrou sua estratégia durante o julgamento na tentativa de convencer o júri de que optara pela outra única alternativa ante a gravidade dos delitos dos quais Tsarnaev era acusado: a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Segundo sua argumentação, Tsarnaev havia agido sob forte influência de seu irmão Tamerlan, o outro autor do atentado, que morreu durante a caótica e violenta fuga de ambos depois do ataque, em 15 de abril de 2013, com dois artefatos explosivos perto da linha de chegada da popular maratona de Boston. Além das três pessoas que morreram na explosão das bombas, os Tsarnaev mataram durante a fuga um policial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

“Não negamos que ele participou dos acontecimentos, mas, não fosse por Tamerlan, não teria ocorrido”, tinha dito Judy Clarke, uma de suas advogadas, durante o julgamento.

A acusação sustentou, por sua vez, que os dois irmãos tinham o mesmo grau de responsabilidade por um ato com o qual tentavam punir os Estados Unidos pelas guerras no Iraque e no Afeganistão, e que o jovem acusado não mostrou sinais de arrependimento depois da prisão.

A procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, saudou a decisão do júri como uma “punição adequada para um crime espantoso”, segundo disse em um comunicado.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_