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Papa Francisco é o líder mundial mais influente no Twitter

Barack Obama é o líder com o maior número de seguidores do mundo na rede social Na América Latina, o presidente do México supera Rousseff em total de seguidores

O papa Francisco, na praça de San Pedro.
O papa Francisco, na praça de San Pedro.ANGELO CARCONI (EFE)

Barack Obama é o líder com mais seguidores no mundo, e o papa Francisco o mais influente. Um relatório feito pela empresa Twiplomacy, que se dedica à análise do uso que políticos e instituições oficiais fazem do Twitter, mostra que, embora Obama tenha mais de 56 milhões de seguidores –e seja um pioneiro no uso da rede–, o líder da Igreja Católica (@pontifex, em termos tuiteiros) tem maior alcance, mesmo somando apenas 19,58 milhões de seguidores nos nove perfis que tem, cada um em um idioma. Um tuíte do pontífice é divulgado quase 10 vezes mais que um do presidente norte-americano.

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O líder latino-americano com mais seguidores –3,89 milhões– é o mexicano Enrique Peña Nieto. Supera a brasileira Dilma Rousseff (líder de um país com população cerca de 70% maior que a do México, e seguida por 3,45 milhões), mas tem só 100.000 usuários a mais que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que conta com 3,79 milhões e governa um país com menos da metade dos habitantes que o México.

Como destaca o exemplo no caso de Obama e do Papa, a quantidade não necessariamente indica que o poder de influência seja mais efetivo. “O número de seguidores do líder de um país se torna, às vezes, questão de orgulho nacional”, ressalta o estudo. Mas o uso político exige muito mais do que uma enorme quantidade de seguidores. “Os cinco líderes mais seguidos têm em comum a utilização do Twitter como ferramenta de comunicação num só sentido [quer dizer, sem interação com outros usuários] e seguem apenas contas de outros líderes”. O relatório destaca que em muito poucas vezes os líderes mais populares mantêm a comunicação com os usuários que tornou tão popular essa rede social.

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Para avaliar se o número de seguidores é diretamente proporcional à influência no Twitter, é preciso considerar que a rede social dos 140 caracteres não ativou um programa que detecte os seguidores com baixa ou nenhuma atividade, identificados no jargão tuiteiro como bots. Outras plataformas já adotaram programas com esse objetivo.

Em relação à influência, o relatório mede a quantidade de retuítes a cada mensagem publicada na conta de um líder para calcular seu poder de comunicação real. Os cinco líderes mais influentes do mundo nessa categoria são o papa Francisco, com média duas vezes acima da obtida pelo rei Salman, da Arábia Saudita. Na sequência vêm o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o norte-americano Obama e o indiano Narendra Modi.

Em relação à conta que colocou sobre a mesa o poder das redes sociais como ferramenta política, @BarackObama, há vários dados curiosos. A conta do presidente norte-americano, que no início de sua campanha eleitoral em 2007 era utilizada por tuítes que ele mesmo redigia em seu telefone celular BlackBerry, não é seguida pelas contas oficiais da Casa Branca nem do Departamento de Estado e “quase nunca tuíta sobre assuntos internacionais”.

Twiplomacy

A diplomacia da hashtag

Menção à parte merece a maneira pela qual as chancelarias e os departamentos de Relações Exteriores do mundo utilizaram o Twitter. “Desde que fizemos nosso último estudo [em 2014], os ministros de Relações Exteriores intensificaram a interação e o estabelecimento de redes de comunicação com seus colegas ao redor do mundo", afirma o texto.

O relatório se ocupa em detalhar a quantidade de mensagens que os líderes mundiais trocaram entre si e o poder de divulgação das contas oficiais. O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, fez uma aposta com o presidente Barack Obama sobre qual das equipes de seus países teria melhor desempenho nos Jogos Olímpicos de Sochi. O tuíte que anunciou oficialmente a abdicação do rei Juan Carlos da Espanha foi um dos cinco mais divulgados do ano.

A ferramenta foi adotada pelos 19 membros do G20 (o vigésimo é o representante de turno da União Europeia) e serviu para divulgar mensagens com rapidez, como o histórico aperto de mãos entre Barack Obama e Raúl Castro na Cúpula das Américas ou a posição diplomática dos países em crise como o conflito na Ucrânia. Não obstante, o estudo é cético no uso das redes sociais para resolver os problemas de fundo. “É óbvio, as hashtags por si só não podem libertar as meninas sequestradas na Nigéria ou trazer a paz na Ucrânia. De qualquer maneira, servem como uma poderosa chamada de atenção para temas e causas específicas e atraem a atenção internacional”, enfatiza.

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