Egito condena o ex-presidente Morsi a 20 anos de prisão
Líder islâmico é acusado de incitar a violência durante os conflitos em frente ao palácio presidencial em 2012, quando estava no poder
O ex-presidente egípcio Mohamed Morsi foi condenado na manhã desta terça-feira a uma pena de 20 anos de prisão no primeiro dos cinco processos judiciais nos quais foi acusado desde que foi deposto em um golpe de Estado em 2013. Morsi foi acusado, junto com outros 15 dirigentes da Irmandade Muçulmana, o histórico movimento islâmico que venceu as eleições livres, posteriores à revolução de 2011, de incitar o assassinato de manifestantes opositores durante seu Governo.
O ex-presidente foi absolvido das acusações mais graves contra ele, como a de assassinato premeditado, que poderiam ter lhe custado a pena de morte. Foi declarado culpado, entretanto, de intimidação e incitação à violência e à tortura pelos conflitos em frente ao palácio presidencial no final de 2012, quando ainda estava no poder, nos quais morreram 10 pessoas, entre elas um jornalista. A maior parte dos outros mandatários islâmicos acusados no processo, entre eles o secretário geral do braço político da Irmandade, Essam al-Erian, que também foi condenado a 20 anos de prisão. Segundo informações do jornal governista Al Ahram, os advogados de Morsi pretendem apelar da sentença.
Depois do golpe, as novas autoridades desencadearam uma dura repressão contra qualquer voz opositora, incluindo os jovens revolucionários que lideraram a revolta que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak. Como resultado dessa política, calcula-se que por volta de 40.000 pessoas foram presas e mais de 3.000 morreram em manifestações e conflitos de rua.
A maior parte das vítimas era membro ou seguia a Irmandade Muçulmana, cuja cúpula foi desmantelada e enfrenta diversos processos judiciais. Seu Líder Supremo, Mohamed Badie, por exemplo, é acusado em 43 processos diferentes, e já foi condenado à pena de morte.
As acusações com as quais Morsi foi sentenciado na terça-feira referem-se aos fatos ocorridos na noite de 5 de dezembro de 2012, quando pelo menos dez pessoas morreram em conflitos entre partidários e detratores do presidente islâmico na frente do Palácio de Ittihadiya. Segundo a Promotoria, Morsi ordenou aos seus seguidores que dispersassem pela força um protesto contra uma controversa declaração constitucional assinada por Morsi dias antes. Em outros quatro processos em curso, Morsi é acusado, entre outras coisas, de espionagem e de planejar com milícias estrangeiras um ataque contra as forças de segurança egípcias.
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