Capitão do navio é detido entre os sobreviventes do naufrágio
Promotoria italiana prende o piloto e um ajudante sírio e os acusa de homicídio culposo múltiplo e tráfico ilegal de pessoas
O ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, anunciou a prisão de dois supostos traficantes de pessoas que se encontravam entre os sobreviventes do naufrágio de domingo próximo à Líbia e que foram levados ao porto siciliano de Catania. “Dois traficantes da embarcação naufragada foram presos nesta segunda-feira pela Promotoria de Catania. Contra os traficantes, sem trégua”, publicou o ministro em sua conta oficial do Twitter.
As detenções aconteceram na chegada do navio Bruno Gregoretti ao porto siciliano, que levou à terra 27 sobreviventes da tragédia de domingo, quando o pesqueiro no qual viajavam à Itália afundou, causando a morte de centenas de pessoas.
Alfano informou aos veículos de comunicação que os presos são o comandante do barco, de nacionalidade tunisiana, e seu ajudante sírio. Ambos foram acusados na Itália pelos crimes de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e instigação à imigração clandestina.
O procurador de Catania, Giovanni Salvi, explicou que foram reconhecidos e delatados pelos outros sobreviventes que viajavam no barco da Marinha e também pelo outro sobrevivente que encontra-se hospitalizado em um hospital siciliano, um bengalês de 33 anos.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, anunciou uma “guerra” contra os traficantes de pessoas, chamados por ele de “escravistas do século XXI”, e na segunda-feira foi desmantelada uma rede composta por 24 pessoas que organizavam a chegada de imigrantes ilegais da Líbia à Itália.
O ministro de Assuntos Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, explicou ao jornal Il Messaggero que essas pessoas trabalham com um volume de negócios que equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da Líbia e que é destinado em parte a financiar o terrorismo internacional.
Segundo a Guarda Costeira Italiana existem 28 sobreviventes da tragédia e foram recuperados 24 corpos, que foram levados ao porto maltês de La Valeta.
Os próprios sobreviventes disseram que entre 700 e 950 pessoas viajavam no barco e, se essas cifras forem confirmadas, será a maior catástrofe desse tipo em águas do Mediterrâneo.
O acidente aconteceu durante a madrugada de domingo, quando os guarda-costas italianos, após receber um pedido de ajuda, solicitaram a um navio mercante português que navegava pela área que socorresse a embarcação em apuros.
De acordo com a primeira reconstrução dos fatos, os imigrantes, ao verem o navio mercante português, foram todos para um lado do barco fazendo-o virar.
O naufrágio causou grande comoção na Itália e na União Europeia, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da UE na quinta-feira.
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