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“Uma boa notícia para o mundo”

A comunidade internacional recebe bem o acordo sobre o programa nuclear iraniano

O chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, é aclamado no retorno a Teerã.
O chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, é aclamado no retorno a Teerã.B. QASEMI (EFE)

Enquanto a equipe negociadora do Irã era recebida com vivas e aplausos no seu regresso a Teerã, na manhã desta sexta-feira, as reações da comunidade internacional sobre o acordo nuclear obtido na véspera na Suíça salientam a oportunidade de que esse pacto reforce a segurança global. A única nota abertamente discordante foi a rejeição do Governo israelense, que antes de reunir seu gabinete de crise declarou, por intermédio do porta-voz Mark Regev, que o acordo “é um passo numa direção muitíssimo perigosa” e que “o único objetivo de Teerã” é adquirir armas nucleares.

Entre as reações internacionais destaca-se especialmente a da Arábia Saudita, cujo Governo é um rival regional do Irã – rivalidade essa que se reflete, por exemplo, no apoio dos respectivos Governos a facções antagônicas no atual conflito do Iêmen. O rei Salman disse por telefone ao presidente Barack Obama, na noite de quinta-feira, que torce por um acordo definitivo entre a comunidade internacional e o Irã, de modo a fortalecer a segurança regional e global, segundo a imprensa estatal saudita.

“O Custódio das Duas Mesquitas Sagradas [título oficial do rei saudita] manifestou sua esperança de que a obtenção de um acordo final assegure a estabilidade e a segurança na região e no mundo”, relatou a Agência de Imprensa Saudita.

Negociadores iranianos são recebidos com vivas e aplausos no retorno a Teerã

Outra potência regional, a Turquia, também comemorou o acordo preliminar, embora assinalando que o Irã ainda precisaria dar vários passos antes da data limite para o acordo definitivo, em 30 de junho. Na Lituânia, onde faz visita oficial, o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, declarou: “Quando olhamos para as posições atuais do 5+1 [os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU, mais Alemanha], o Irã ainda aparece abaixo da linha à qual havíamos chegado em 2010, mas esperamos que atinja esse ponto”.

O ministro se referia a negociações mediadas anos atrás pela Turquia e pelo Brasil com o objetivo de convencer o Irã a abrir mão de materiais que pudessem levar à fabricação de armas nucleares. Naquela ocasião, o acordo enfrentou resistências das grandes potências e não prosperou.

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O chanceler russo, Serguei Lavrov, que participa das negociações multilaterais, salientou na sexta-feira que há atualmente boas perspectivas para um acordo final. “O resultado é animador. Estabelece um marco político sobre os caminhos para a solução dos principais problemas (...) e oferece boas possibilidades" para um acordo definitivo, disse Lavrov em entrevista coletiva no Quirguistão.

O chefe da equipe negociadora da Rússia, Serguei Riabkov, observou por sua vez que Moscou aceitaria fornecer combustível para os reatores nucleares que a própria Rússia construiu no Irã. “A Federação Russa e Rosatom [agência russa de energia atômica] estão preparados para proporcionar combustível novo e recuperar o combustível já irradiado pelos reatores construídos ou futuros no Irã”, disse ele, segundo a agência de notícias Interfax. A oferta não abrange outros reatores cuja construção não tiveram participação russa.

A China, finalmente, também elogiou na sexta-feira o acordo nuclear e pediu que “seja concluído o histórico processo” que poderá, dentro de três meses, encerrar um impasse que já se arrasta por 12 anos. “A China dá as boas vindas ao importante consenso alcançado ontem entre os países implicados”, disse Hua Chunying, porta-voz da chancelaria, em Pequim.

Hua salientou que o acordo é “uma boa notícia para o mundo”, mas relatou que o chanceler Wang Yi, presente até quase o final nas negociações em Lausanne (Suíça), advertiu que “são necessárias mais negociações para chegar a um acordo final”.

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