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Sarkozy revalida seu avanço eleitoral com outra vitória sobre socialistas

Os socialistas sofrem uma dura derrota nas eleições departamentais francesas

Carlos Yárnoz
Marine Le Pen vota em Henin-Beaumont.
Marine Le Pen vota em Henin-Beaumont.Michel Spingler (Ap)

A sociedade francesa está enveredando pela direita em alta velocidade e colocando fim ao tradicional bipartidarismo do país. A União para o Movimento Popular (UMP), partido de Nicolas Sarkozy, e seus aliados centristas, revalidaram seu triunfo neste domingo, no segundo turno das eleições departamentais, ao conquistarem 47% dos votos, de acordo com uma pesquisa de boca-de-urna da OpinionWay. O Partido Socialista, atualmente no Governo do país, e a esquerda em geral, são os grandes derrotados desta votação, com 31% dos votos (perdendo metade de seus governos de departamentos), enquanto a ultradireitista Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, com 21% dos votos, se consolida como uma formação capaz de estar na primeira fila em todas as eleições do país.

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O triunfo da centro-direita se amplificou porque a esquerda, dividida em diferentes candidaturas, pediu a seus militantes e simpatizantes que apoiassem os conservadores nos distritos onde estes enfrentavam a FN (em 532 dos 2.054 distritos), para conter o avanço da ultradireita. Sarkozy, ao contrário, fez um apelo para seus simpatizantes optassem pela abstenção ou pelo voto em branco nos locais onde havia duelos entre a esquerda e a ultradireita (284 distritos), uma atitude que o primeiro-ministro Manuel Valls qualificou como “falta moral e política”.

Sarkozy afirmou que esses resultados indicam que “a alternância está a caminho e nada a deterá” diante do “fracasso” de um PS que representa “o socialismo mais arcaico da Europa”. Valls atribuir o fracasso ao fato de a esquerda, com candidaturas separadas, ter se apresentado “demasiadamente dispersa e dividida”. E Le Pen disse que seus resultados são “históricos e excepcionais”.

A principal consequência destas eleições, que contou com quase 50% de abstenção, não era tanto a divisão do poder nos 101 departamentos franceses, que têm poucas responsabilidades, mas sim conhecer a atual distribuição de forças no país: a soma da direita e da ultradireita se situa a uma enorme distância da esquerda, que em 2012 dominava todos os níveis de poder, desde o Palácio do Eliseu até as prefeituras, passando pelo Parlamento e pelas regiões.

A abstenção neste pleito chegou perto de 50%

Desde então, a UMP tomou a maior parte do poder municipal dos socialistas em março do ano passado. Três meses depois, e pela primeira vez na história da França, a FN foi o partido mais votado, seguido pela UMP. Agora, os socialistas sofrem sua terceira derrota consecutiva. Perdem metade dos 61 departamentos que governavam, que serão os que passam para as mãos da direita, entre eles feudos simbólicos da esquerda, como Corrèze, berço político de François Hollande.

Apesar do grande apoio conquistado, a FN só poderá governar nos departamentos onde tiver maioria absoluta – e até a noite de sábado, esperavam conseguir isso em um ou dois departamentos – porque nenhuma força dará ao partido seus votos nas assembleias departamentais na hora de eleger presidentes. Em todo caso, a Frente terá dezenas de conselheiros departamentais, quando até agora só tinha um. O tripartidarismo se instalou na França.

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