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Hollande recupera popularidade com a gestão da crise do ‘Charlie Hebdo’

O presidente sobe 10 pontos nas pesquisas O primeiro-ministro, Manuel Valls, ganha outros nove

O presidente francês, François Hollande.
O presidente francês, François Hollande.NICOLAS TUCAT (AFP)

Os franceses aplaudem a boa gestão do Executivo francês depois dos três atentados dos dias 7, 8 e 9 de janeiro, que deixaram 20 mortos, incluindo os três terroristas que os cometeram. O presidente François Hollande, cuja popularidade tinha caído a índices históricos mínimos no fim do ano passado, viu-a recuperar-se em 10 pontos em apenas alguns dias, segundo pesquisa publicada no fim da semana passada. Seu primeiro-ministro, Manuel Valls, ovacionado na semana passada pela Assembleia Nacional ao apresentar suas novas medidas para lutar contra o terrorismo, também subiu nove pontos.

Com 34% de opiniões positivas diante de 65% negativas, o presidente recupera sua melhor cota de aprovação desde maio de 2013, segundo a pesquisa realizada pelo instituto BVA para Oragen e i-Télé. Valls soma 44% de aprovação contra 55% de rejeição. Ambos avançam, sobretudo, entre as pessoas que se consideram à esquerda do Partido Socialista, com uma alta de 17 pontos, para chegar a 46% de aprovação no caso de Hollande e 37% no caso de seu primeiro-ministro.

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Ao lado do chefe de Estado e do Governo, a maioria dos ministros também vê melhorada sua aprovação, especialmente o titular do Interior, Bernard Cazeneuve, em primeiro lugar, que ganha 14 pontos, chegando a 44% de opiniões positivas. No entanto, a popularidade das figuras da oposição permanece estável: o presidente da conservadora União para um Movimento Popular (UMP), Nicolas Sarkozy, se mantém com 26% de aprovação, e a líder ultradireitista da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, em 27%, com uma progressão mínima de um ponto.

Os analistas destacam que a atuação de Hollande, apreciada até por seus rivais, devolveu uma estatura presidencial, de chefe de Estado no comando do país, algo que, com frequência, lhe foi negado. Cerca de 47% dos pesquisados vê como positiva sua capacidade de tomar as decisões adequadas, frente a apenas 17% em novembro passado. Em um contexto de unidade nacional, forjado na manifestação de 11 de janeiro passado em Paris, à qual só faltou a ultradireitista Frente Nacional, 39% o consideram um governante unificador, enquanto em novembro apenas 10% o consideravam. Por fim, 37% o definem como competente (eram 21% há dois meses).

O presidente socialista, cuja cota de popularidade já tinha começado a sofrer uma leve recuperação em dezembro passado, ganha créditos assim de sua rápida reação aos atentados. Na mesma manhã em que os irmãos Kouachi irromperam na sede do semanário Charlie Hebdo e mataram a tiros 12 pessoas, em 7 de janeiro passado, ele se deslocou ao local da matança em demonstração de solidariedade. A marcha história organizada em Paris, assistida por cerca de 50 mandatários estrangeiros, transformou a cidade na capital mundial contra o terror por um dia e forçou os Estados Unidos a desculpar-se por não enviar um representante de alto nível.

Enquanto isso, as autoridades seguem adiante com a delicada tarefa de enterrar os autores dos ataques, abatidos pelas forças de segurança. Depois dos enterros de Said e Chérif Kouahi, os dois irmãos autores do massacre, na sexta e no sábado à noite, ontem continuava sem solução o destino do terceiro terrorista, Amedy Coulibaly, autor do assassinato de uma policial em Montrouge e de quatro reféns depois da tomada de um supermercado judaico a leste de Paris.

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