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Leitores de impressões digitais para venda em mercados venezuelanos

Venezuela anuncia 20.000 dispositivos nos supermercados controlados pelo Estado

Manifestação em Caracas, no dia 8 de março.
Manifestação em Caracas, no dia 8 de março.FEDERICO PARRA (AFP)

O ministro para a Alimentação da Venezuela, Yván Bello, anunciou que começarão a ser instalados nesta semana, nos supermercados controlados pelo Estado, 20.000 dispositivos para ler impressões digitais. Sete redes privadas, que o ministro não identificou, somaram-se à medida que busca racionar a venda de 23 produtos e alimentos básicos que o país produz e importa frente aos problemas de desabastecimento da nação. Os sensores digitais de identificação (já usados nas eleições) das impressões digitais serão usados para saber se um determinado cidadão já comprou produtos nas redes públicas de supermercados, evitando que o faça em outras ocasiões.

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Caracas assume assim o problema para importar mais produtos básicos com o preço declinante do barril de petróleo. O Governo, que mantém um draconiano controle na compra e venda de divisas há 12 anos, não entrega os dólares necessários para importar matéria-prima ou produtos acabados às empresas e estas se negam a usar divisas de seus próprios fundos para investir no negócio, como pretendem os dirigentes chavistas.

Nesse toma lá dá cá, próprio do enfrentamento entre dois modos opostos de conceber o funcionamento da economia, alguns supermercados privados decidiram aderir voluntariamente à venda controlada de alimentos e produtos básicos para evitar desordens em suas lojas e combater o bachaqueo, termo muito venezuelano usado para descrever a atividade de levar produtos ao outro lado da fronteira ou de vender por meio dos canais informais. Outros comércios varejistas estabeleceram uma venda controlada de acordo com o último número da cédula de identidade (documento de identificação do cliente). Assim, o usuário só pode comprar num dia da semana e noutro do fim de semana.

O Governo tenta vender essa iniciativa como uma solução às longas filas de consumidores que se formam às portas das lojas. No começo de fevereiro, o Serviço Bolivariano de Inteligência prendeu o presidente-executivo da rede de farmácias Farmatodo depois da denúncia de que supostamente estaria escondendo produtos.

O ministro Bello escreveu no Twitter: “A Misión Alimentación [programa social que distribui produtos diretamente nos supermercados a preços subsidiados] chega a 80% do país. Digo algo a vocês: onde nos provocarem, lá estaremos”.

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