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Pablo Iglesias condena abertamente a prisão do prefeito de Caracas

O líder do Podemos rejeita a prisão preventiva: "Não gosto que um prefeito seja preso"

F. MANETTO
Pablo Iglesias, durante sua entrevista no canal de TV Telecinco.
Pablo Iglesias, durante sua entrevista no canal de TV Telecinco.

Pablo Iglesias condenou na segunda-feira, abertamente e "sem atenuantes", a prisão do prefeito de Caracas, o oposicionista Antonio Ledezma, acusado de conspiração por parte do governo de Nicolás Maduro. O secretário-geral do Podemos, que há meses evita se pronunciar sobre a Venezuela, rejeitou a prisão em uma entrevista na Telecinco. "Não há nenhum atenuante. Eu não gosto que um prefeito seja preso. Outra coisa é que depois se prove que esse senhor cometeu um delito, mas nem a prisão preventiva nem a deposição de um detentor de cargo público são algo que a priori eu aprecio. Não gosto", enfatizou Iglesias quando perguntado sobre o assunto.

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O líder do Podemos fez um apelo a melhora no diálogo e nas relações entre os poderes executivos de Espanha e Venezuela. Em sua opinião, "é preciso reduzir a tensão entre dois parceiros históricos como Espanha e Venezuela. É o momento de que tanto o Governo venezuelano como o Governo espanhol diminuam o tom", disse ele em referência à atividade das empresas espanholas no país sul-americano. "Quando nós governarmos, garanto que manteremos as melhores relações com todos os nossos parceiros comerciais", disse antes de apelar uma vez mais, como fez alguns meses atrás, ao modelo econômico dos países nórdicos.

Iglesias também rejeitou as suspeitas de financiamento ilegal que envolvem o pagamento de 425.000 euros (cerca de 1,388 milhão de reais) ao cofundador do Podemos, Juan Carlos Monedero, por parte dos Governos de Venezuela, Equador, Nicarágua e Bolívia por trabalhos de consultoria. Na sexta-feira, Monedero, professor de Ciência Política da Universidade Complutense de Madri, deu uma longa entrevista coletiva para dar explicações, mas não mostrou os contratos e nem os trabalhos realizados devido a cláusulas de confidencialidade assinadas.

Um dia antes do debate sobre o Estado da Nação, Iglesias também aproveitou para proclamar-se como o líder do principal partido da oposição. "Somos o principal partido da oposição", disse. A estratégia do Podemos passa precisamente por deslocar o PSOE do espaço político que ocupou durante os últimos trinta anos. Mas o secretário-geral do Podemos foi além ao dizer que aprendeu "muitíssimo" na reunião que teve com o ex-presidente socialista José Luis Rodríguez Zapatero e com o ex-ministro da Defesa José Bono. Ele não informou, como observou, sobre essa reunião, da qual também participou Íñigo Errejón, para evitar prejudicar o secretário-geral do PSOE, Pedro Sanchez. De qualquer forma, Iglesias disse que tenta manter uma relação cordial com todo mundo e, portanto, manteve algumas conversas públicas com líderes como Esteban González Pons (do PP), o socialista Ramón Jáuregui e Javier Nart, eurodeputado do Cidadãos.

Iglesias disse ainda que o objetivo do Podemos é vencer também na Andaluzia, onde a candidata do partido, Teresa Rodríguez, tem como adversária principal a Presidenta da Junta, Susana Díaz. "O Podemos disputa para vencer na Andaluzia. É preciso perguntar a Susana Díaz se ela nos apoiará, porque Teresa Rodríguez será a vencedora", enfatizou quando perguntado sobre um hipotético pacto entre o Podemos e o PSOE.

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