França usa o porta-aviões ‘Charles de Gaulle’ para bombardear o EI
Paris toma o passaporte de supostos jihadistas que viajariam à Síria
A França utilizou nesta segunda-feira pela primeira vez o porta-aviões de propulsão nuclear Charles de Gaulle, nau capitânia de sua frota, para bombardear posições do Estado Islâmico (EI) no Iraque, segundo informações do Ministério da Defesa. Com a entrada em ação do navio nessas missões, Paris duplica sua capacidade para intervir contra os jihadistas no Iraque.
Dos bombardeios desta segunda-feira participaram oito caças-bombardeiros que decolaram do porta-aviões, localizado no Golfo Pérsico, para lançar bombas de 250 kg contra seus alvos. O navio 12 aviões Rafale e 9 Super Étendard e ficará na região por várias semanas mais.
O ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, foi ao barco para acompanhar as primeiras operações e destacou a “firmeza total” da França na guerra contra os jihadistas. Também indicou, segundo seu ministério, que com esses bombardeios originados no Charles de Gaulle começa “uma nova etapa”.
O porta-aviões zarpou em 13 de janeiro de Toulon, no Sudeste da França, alguns dias apenas depois dos ataques jihadistas de Paris, ocorridos nos dias 7 e 9 do mesmo mês. Na ocasião, o presidente François Hollande ressaltou que o navio seria empregado para reforçar a operação de punição ao Estado Islâmico. A nau capitânia francesa é acompanhada por um submarino nuclear e duas fragatas, uma antissubmarina e outra antiaérea.
A nau capitânia francesa é acompanhada por um submarino nuclear e duas fragatas, uma antissubmarina e outra antiaérea
Até agora os aviões franceses que atuam nos bombardeios contra o Estado Islâmico partiam das bases de Al-Dhafra, em Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos) e Azraq (Jordânia). Na primeira estão baseados nove Rafale, e na segunda, seis Mirage 2000. Os primeiros bombardeios foram registrados em 18 de setembro. A França foi o primeiro país europeu a se envolver militarmente nesse conflito.
Também pela primeira vez, a França aplicou nesta segunda-feira a nova legislação antiterrorismo aprovada no ano passado para combater as redes jihadistas dedicadas a recrutar combatentes para o EI. A polícia tomou o passaporte de seis pessoas suspeitas de querer viajar para a Síria para entrar no combate. Algumas delas foram denunciadas por pessoas próximas, por meio de um “telefone verde”, criado pelas forças de segurança e ao qual recorrem familiares e amigos de supostos futuros combatentes.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, informou que, além dessas, seu departamento tem em marcha outras 40 ações de tomada de passaportes nos próximos dias.
De acordo com a nova legislação, aprovada em novembro, a polícia pode tomar o passaporte, e portanto impedir viagens ao exterior, dos suspeitos de tentar se alistar no EI. A proibição vale por seis meses, podendo ser ampliada para dois anos. A decisão se dá em âmbito administrativo, mas os afetados podem recorrer depois à Justiça.
Segundo a norma, a polícia deve informar os dados dos atingidos a todos os países do espaço Schengen para que não possam viajar para fora da Europa a partir de qualquer outro país integrante do acordo de livre movimentação de cidadãos.
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