Rumor de saída de executiva da estatal dispara ações da estatal
Após dias de quedas, ações preferenciais da estatal chegaram a subir 14,43% nesta terça

Após rumores de que Dilma Rousseff já estaria decidida a substituir Graça Foster na presidência da Petrobras, as ações da estatal subiram mais de 14% e ficaram em leilão na Bovespa por cerca de 15 minutos devido à forte oscilação. O avanço da petroleira influenciou o Ibovespa, que operava em alta de mais de 2% na tarde desta terça-feira. As ações preferenciais da Petrobras (papéis que dão prioridade aos acionistas na distribuição de dividendos) chegaram a subir 14,43%, enquanto as ordinárias (que dão direito a voto aos acionistas) tinham alta de 13,42%. Além da notícia da provável troca de comando, a alta do petróleo no mercado internacional também favoreceu a Petrobras.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a decisão de afastar Foster do cargo de dirigente da Petrobras ganhou peso após a divulgação, na semana passada, do balanço do terceiro trimestre de 2014 sem incluir as perdas no valor de seus ativos relacionados com as investigações da operação Lava Jato, como a empresa tinha se comprometido a informar. A estatal chegou a estimar as perdas da petroleira em 88,6 bilhões de reais, mas depois considerou o cálculo inadequado. A ausência do prejuízo por corrupção fez as ações da empresa caírem mais uma vez na semana passada. Só em 2014, o escândalo na estatal contribuiu para que a companhia tenha perdido quase 40% de seu valor na Bolsa.
Saída
Dilma se reuniu com Foster no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira. A presidenta estaria buscando o nome de um substituto para comandar a estatal antes de anunciar a decisão. Segundo a agência Reuters, que cita uma fonte do governo, Rousseff teria aceitado a renúncia da executiva e vai, ainda, trocar toda a direção da empresa "no transcurso de fevereiro". Nos jornais brasileiros, há versões distintas de quando a troca se daria. Folha de S. Paulo afirma que Graça Foster fica até o fim deste mês, enquanto o Estado de S. Paulo diz que a formalização da saída depende dos acertos para a divulgação do balanço da estatal, atrasado desde novembro.
Em meio ao escândalo da Petrobras, Dilma Rousseff se firmou na posição de manter Graça Foster no cargo o quanto pôde. No final do ano passado, em um café da manhã com jornalistas em Brasília, defendeu Foster e afirmou que não pretendia substituir a presidenta da petroleira. “Conheço a Graça. Sei de sua seriedade e sua correção”, disse. “Não vejo nenhuma amostra de irregularidade na atual diretoria da Petrobras. Ao não ver irregularidades, não posso punir”, afirmou. Se confirmada, a notícia pode ser lida como um revés para Dilma na mesma semana em que seu governo amargou a vitória do rebelde Eduardo Cunha (PMDB) para a presidência da Câmara dos Deputados.
Procurado, o Palácio do Planalto afirmou que ainda não havia sido informado sobre a decisão de substituir Foster. A assessoria de imprensa da estatal afirmou estar "apurando" a informação com a empresa.
Mais informações
Arquivado Em
- Operação Lava Jato
- Graça Foster
- Partido dos Trabalhadores
- Caso Petrobras
- Dilma Rousseff
- Polícia Federal
- Escândalos políticos
- Lavagem dinheiro
- Financiamento ilegal
- Presidente Brasil
- Petrobras
- Caixa dois
- Financiamento partidos
- Corrupção política
- Governo Brasil
- Delitos fiscais
- Corrupção
- Polícia
- Brasil
- Força segurança
- Partidos políticos
- Delitos
- Empresas
- Economia
- Política