Adeus a quatro gigantes do desenho
O ataque à revista satírica 'Charlie Hebdo' acaba com a vida de criadores de prestígio
Quatro dos 12 assassinados no ataque ao semanário Charlie Hebdo eram celebridades do humor e da ilustração na França:
Stéphane Charbonnier, Charb, diretor do Charlie Hebdo. Desenhista (Conflans-Sainte-Honorine,1971) que havia colaborado anteriormente com L'Echo des savanes, Télérama, Fluide glacial e L'Humanité.“Se nos pusermos a questão sobre se temos direito a desenhar ou não Maomé, se é perigoso ou não fazê-lo, a questão que virá depois será se podemos representar os muçulmanos no jornal, e depois nos perguntaremos se podemos colocar seres humanos... E, no final, não criaremos mais nada e o punhado de extremistas que se agitam no mundo e na França terá vencido”, afirmou Charb depois do atentado com um coquetel molotov em 2011, na sede do semanário. Ele também disse: “Prefiro morrer de pé do que viver de joelhos”.
Georges Wolinski, o pai de todos os cartunistas. "Erotomaníaco autodeclarado, provocador nato, pessimista patente e cínico assumido". Assim define Le Monde um homem de “múltiplas facetas e contradições indizíveis”. Wolinski tinha 80 anos e colaborava desde 1969 com o Charlie Hebdo. No ano seguinte de sua chegada se tornou redator-chefe do Charlie Mensuel, cargo que ocupou até 1981. Colaborava com numerosas publicações e tinha feito dezenas de revistas, Também escreveu para o teatro e o cinema. Em uma visita à Espanha há quase 20 anos, elogiou o “talento e a luta pela justiça por parte dos humoristas dos países onde a liberdade está ameaçada”.
Jean Cabut, Cabu, um gigante da caricatura. A lenda do desenho, com seu ar eternamente adolescente, tal como o descreve Le Monde, cumpriria 77 anos no próximo dia 13. Foi o autor do desenho de Maomé que apareceu na capa do Charlie Hebdo em 2006, em resposta ao escândalo pela publicação em um jornal dinamarquês de uma caricatura do profeta. Publicou seus primeiros desenhos aos 16 anos e se transformou em uma celebridade nos anos 60 quando criou Le Grand Duduche, "um herói naíf e utópico", nas palavras do rotativo francês, que destaca sua incrível facilidade para a caricatura. Também idealizou Mon Boeauf, um anti-herói grosseiro e machista.
Bernard Verlhac, Tignous. Colaborava habitualmente com o Charlie Hebdo, Marianne, Fluide glacial, L'Express, VSD, Télérama e L'Humanité. Caricaturista e ilustrador da imprensa, começou aos 52 anos nos quadrinhos: em 2010 publicou Pandas dans la brume.
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