_
_
_
_
_

Com Venezuela em recessão, Maduro discute economia com Dilma

A presidenta também conversou com o vice-presidente americano, Joe Biden, que vem mediando a reaproximação dos dois países após o escândalo da espionagem

Maduro se reúne com Dilma após posse.
Maduro se reúne com Dilma após posse.Fernando Bizerra Jr. (EFE)

Com seu país em recessão, recordista mundial de inflação -com uma taxa anual de 63,3%-, e alvo de sanções dos Estados Unidos, o presidente venezuelano Nicolás Maduro se encontrou com a presidenta Dilma Rousseff em Brasília nesta sexta-feira, um dia após a posse da petista. Os dois líderes discutiram ampliar a cooperação bilateral em áreas como a indústria e a tecnologia, e também aprofundar as relações com o Mercosul.

Mais informações
Oposição se fortaleceu, mas desafio de Dilma é se entender com aliados
Maduro admite que a Venezuela está em recessão e anuncia medidas
Inflação, escassez e preços do petróleo atravancam a Venezuela
EUA fazem gestos conciliadores a Dilma dois dias após reeleição

“Já há iniciativas no campo alimentar, no campo farmacêutico e em outros que vão se abrir. Vamos dinamizar toda a agenda, sobretudo da cooperação econômica, industrial, tecnológica e agrícola”, disse Maduro ao deixar o Palácio do Planalto. Ele afirmou também que agradeceu a Dilma pelo apoio do Brasil com relação às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a altos funcionários do Governo venezuelano no início de dezembro. O Senado americano aprovou o congelamento de ativos de 50 autoridades da Venezuela localizados nos EUA.

Maduro disse que conversou brevemente ontem com o vice-presidente americano, Joe Biden, e pediu que seu Governo “respeite” a Venezuela. Segundo ele, o encontro foi “cordial”. “Afirmei a ele [Biden] que queremos relações de respeito, nada mais”, disse.

Rousseff também esteve com Biden no dia da posse. A presença do vice de Barack Obama em Brasília ontem foi vista como uma sinalização de que a mandatária pode finalmente retomar as negociações para uma visita oficial da presidenta aos EUA. A relação entre os dois países ficou estremecida desde meados de 2013, quando o escândalo de espionagem divulgado pelo ex-analista de dados da CIA Edward Snowden expôs o monitoramento de autoridades brasileiras pela agência americana. De acordo com documentos divulgados à época, os EUA violaram o sigilo telefônico e emails de integrantes do Governo brasileiro e de empresas estatais, como a Petrobrás.

“É um ano novo, um novo começo”, afirmou o mandatário americano depois da reunião que durou pouco mais de uma hora, segundo a agência EFE

A presidenta também se reuniu nesta terça com o vice-presidente da China, Li Yuanchao, com o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, e com o presidente de Guiné Bissau, José Mário Vaz.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_