Resgatados 30 corpos de vítimas da tragédia com o avião da AirAsia
Especialistas franceses chegam à Indonésia para ajudar a encontrar as caixas pretas

Autoridades indonésias informaram que foram resgatados 30 corpos dos 162 ocupantes do voo QZ8531, que caiu no mar de Java no último domingo, quando fazia a rota entre Surabaya e Cingapura. Os restos mortais foram transportados para Surabaya –onde estão familiares das vítimas- ou para Pangkalan Bun, localidade mais próxima das águas onde foram encontrados restos mortais e objetos pertencentes ao avião, como uma porta de emergência, uma rampa inflável de emergência e um colete salva-vidas. Por enquanto apenas uma das vítimas foi identificada.
Segundo a Agência Indonésia de Busca e Resgate (Basarnas), 29 barcos e 17 aviões retomaram nesta sexta-feira a busca pela fuselagem do avião e pelas caixas pretas, que podem esclarecer as causas do acidente. “Vamos nos concentrar na detecção submarina”, afirmou o chefe da operação, Bambang Soelistyo. Ele tem a ajuda de especialistas franceses que chegaram à região nesta sexta-feira portando dispositivos especiais de localização de sinais acústicos debaixo d’água, como os emitidos pelas caixas pretas da aeronave. A área de busca tem cerca de 4.000 quilômetros quadrados.
Os trabalhos foram interrompidos várias vezes nos últimos dias devido ao mau tempo, que melhorou nesta sexta-feira, mas a previsão meteorológica indica que voltará a se complicar nas próximas horas, com ondas de até quatro metros. Todos os restos encontrados até agora estavam flutuando na superfície, e há o temor de que as fortes correntes marítimas tenham arrastado outros para áreas mais distantes, e por isso os aviões varrem uma região muito mais ampla.
No avião estavam 155 passageiros, entre eles 16 crianças e um bebê, além dos pilotos e de cinco membros da tripulação. A maioria tinha nacionalidade indonésia (155), e havia também três sul-coreanos, uma malaio, um francês, um britânico e um cingapurense, de acordo com a AirAsia. O piloto tinha mais de 20.000 horas de voo (6.100 na companhia aérea), e o primeiro oficial, 2.275. Cerca de 40 minutos depois da decolagem o capitão pediu para se desviar ligeiramente da rota marcada e passar de 9.800 metros para 11.600, por más condições meteorológicas.
A torre de controle aprovou imediatamente o desvio, mas negou temporariamente o pedido para aumento de altitude, em razão do tráfego aéreo. Alguns minutos depois, quando informou que poderia subir a somente 10.400 metros, o sinal já tinha sido cortado, e o avião tinha desaparecido dos radares. O avião não emitiu chamada de emergência.