_
_
_
_

Promotoria pede prisão de executiva da Korean Air que discutiu por nozes

Ex-vice-presidente da companhia foi acusada de coerção e de violar o código de aviação

Cho Hyun-ah, vice-presidenta da aérea Korean Air.
Cho Hyun-ah, vice-presidenta da aérea Korean Air.AP

A má educação da ex-vice-presidente da companhia aérea sul-coreana Korean Air, Cho Hyuan-ah, poderá lhe custar muito caro. A promotoria do país asiático emitiu nesta quarta-feira um mandado de prisão contra ela depois do famoso ‘caso das nozes’, que gerou uma séria controvérsia entre a opinião pública sul-coreana e que lhe custou o cargo no meio do mês. Cho – filha do presidente da empresa – ficou muito brava durante um voo que estava a poucos minutos de decolar do aeroporto de Nova York com destino a Seul porque uma aeromoça lhe serviu nozes de macadâmia em uma bolsa de plástico fechado em vez de um prato.

A executiva exigiu explicações ao responsável direto da assistente e ao não receber nenhuma explicação convincente decidiu expulsá-lo. O avião, com 250 passageiros a bordo, teve que voltar para o portão de embarque para que o tripulante saísse. Mais tarde, a mulher alegou que “criticou” a equipe por não tratar os passageiros de primeira classe como manda o protocolo da companhia aérea.

Mais informações
Os últimos passos do ‘papai Samsung’
Vice-presidenta da Korean Air se demite após discussão por nozes
'Glamour' nas nuvens
A síndrome da lata de sardinhas

A promotoria acusa Cho de violar a lei de aviação, de interferir nas funções da tripulação e de coerção, de acordo com a agência nacional Yonhap. Durante o interrogatório policial, a executiva negou ter agredido fisicamente a aeromoça e seu responsável, mas os testemunhos de outros passageiros disseram que ela os empurrou no meio de seu ataque de raiva. Também os insultou e os obrigou a que se ajoelhassem na frente dela.

CHyuan Cho-ah é a filha do presidente da empresa

Um tribunal de Seul vai decidir na terça-feira se aceita ou não as acusações e se emite formalmente o mandado de prisão. A promotoria também solicitou a prisão de outro alto executivo da empresa, cujo sobrenome é Yeo, por ter supostamente mandado que os funcionários se livrassem de um primeiro relatório sobre o incidente.

O despotismo do ex-diretora sobre os trabalhadores da sua própria empresa provocou forte indignação pública e ela teve que renunciar a todas as posições que tinha na empresa aérea e na matriz. Seu pai, Cho Yang-ho, também teve que pedir desculpas publicamente e afirmou que a atitude foi “insensata”. “Não fui capaz de educar adequadamente a minha filha”, afirmou.

O caso colocou sobre a mesa o grande poder que ostentam as famílias proprietárias dos maiores conglomerados empresariais do país, conhecidos como Chaebol, como é o caso da Korean Air, mas também da Samsung, Hyundai e LG. As novas gerações destas famílias, que herdaram o negócio fundado por seus pais ou avós – no caso da Korean Air, os três filhos ocupam altas posições dentro da empresa, – estão no centro das atenções da opinião pública.

Um estudo recente indicou que 92% dos jovens sul-coreanos consideram que vivem em uma sociedade injusta. A maioria deles acredita que essas famílias têm grandes privilégios econômicos e sociais, e sentem que estão acima da lei. Agora, a justiça sul-coreana tem a oportunidade de demonstrar aos seus cidadãos que os ricos nem sempre dão um jeito. Embora as acusações contra Cho levariam a sanções econômicas que a acusada poderia enfrentar tranquilamente, a sua imagem sentada em um tribunal em todos os meios de comunicação do país poderia servir como uma lição.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_