Emboscada das FARC mata cinco militares no sudoeste da Colômbia
Ataque ocorre horas antes do início de um cessar-fogo unilateral da guerrilha

Ao menos cinco militares colombianos morreram nesta sexta-feira e outros sete ficaram feridos numa emboscada atribuída às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na localidade de Santander del Quilichao, departamento do Cauca, no sudoeste do país, informaram autoridades à imprensa colombiana. O ataque ocorreu poucas horas antes do início de um cessar-fogo unilateral declarado pela guerrilha colombiana na quarta-feira passada.
Citando informações prestadas pelo secretário de Segurança Pública do Cauca, Marildo Correa, a rádio Blu disse que a emboscada ocorreu por volta de 8h (11h em Brasília). De acordo com a versão eletrônica do jornal El Espectador, os militares estavam “realizando trabalhos de busca e controle na região” quando sofreram o ataque. O jornal acrescenta que uma guarnição militar foi enviada à região “em busca da estrutura guerrilheira responsável pelo ataque”.
Os sete soldados feridos, do Batalhão Pichincha, foram levados para o centro de Santander del Quilichao e para Cali. Segundo o jornal El Tiempo, há também um militar desaparecido.
Esse foi o segundo ataque realizado por guerrilheiros na região em menos de 24 horas. Antes, dois soldados e uma civil de 86 anos haviam sido mortos num ataque no município da Arauquita, atribuído ao Exército de Libertação Nacional (ELN).
As FARC anunciaram na quarta-feira um cessar-fogo unilateral e “por tempo indeterminado”, que entrará em vigor “ao 0h01 de 20 de dezembro de 2014”. Como contrapartida, a guerrilha pediu supervisão internacional da trégua e advertiu que retomará os combates se sofrer ataques por parte da Polícia ou do Exército.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, elogiou o gesto das FARC, mas rejeitou que uma organização internacional vigie a aplicação da trégua, segundo a agência Europa Press. O mandatário observou ontem que “a rosa” entregue pela guerrilha vinha com “um caule cheio de espinhos”.