_
_
_
_

Ex-espiões da CIA saem em defesa da agência após relatório sobre torturas

Eles afirmam que o relatório do Senado sobre as torturas está “cheio de erros”

Silvia Ayuso
O ex-presidente George W. Bush.
O ex-presidente George W. Bush.AP

Diante da avalanche de críticas suscitadas pelo relatório norte-americano que relata a “brutalidade” e a “ineficiência” das práticas de tortura empregadas pela CIA durante a era Bush, ex-espiões e antigos altos responsáveis reagiram com uma mensagem contundente: “A CIA salvou vidas”.

Mais informações
Os pontos principais do relatório sobre os brutais interrogatórios da CIA
Obama: Os EUA “torturaram pessoas” depois dos atentados de 11 de setembro
Senado dos EUA acusa CIA de cometer brutalidades em interrogatórios
Consulte o documento (em inglês)

Esse é o nome do site (www.ciasavedlives.com) criado pela equipe – não mais vinculada à CIA – para responder com artigos, declarações e documentos tornados públicos ao relatório apresentado na terça-feira pela senadora democrata Dianne Feinstein, presidenta do Comitê de Inteligência que durante sete anos examinou as polêmicas práticas da CIA depois do 11 de setembro, como o “waterboarding”, ou afogamento simulado.

“Nós, como ex-altos funcionários da Agência Central de Inteligência, criamos este website para apresentar documentos que demonstram de forma cabal que o programa foi: autorizado pelo presidente, fiscalizado pelo Conselho de Segurança Nacional e considerado legal pelo procurador geral em diversas ocasiões”, destaca a declaração de intenções.

Com esses argumentos pretendem também rebater as conclusões do relatório do Senado, segundo o qual as práticas empregadas pela CIA foram “brutais” e, apesar disso, “ineficazes”, já que não conseguiram arrancar os testemunhos desejados.

O relatório de Feinstein está “infestado de erros factuais e de interpretação” e além disso “não corresponde absolutamente à realidade que os líderes e funcionários da CIA viveram”, dizem sobre o documento, ao que também qualificam como “o pior exemplo de supervisão do Congresso em todos seus anos de serviço para o governo”.

O site “constitui um lugar único para a outra parte” que defende a CIA, explicou à revista Foreign Policy Bill Harlow, porta-voz da Agência Central de Inteligência durante o Governo Bush, período enfocado pelo devastador relatório do Senado.

Também colaboram no site os ex-diretores da CIA Michael Hayden e George Tennet. Este último afirma que com os documentos que apresentaram – e continuarão apresentando – vão demonstrar que “em momentos de séria ameaça aos Estados Unidos, o programa serviu para salvar vidas de norte-americanos e aliados, além de prevenir outro ataque mortal de grandes proporções em território americano”.

Com a publicação do relatório, antigos altos membros da CIA e do próprio Governo Bush aumentaram sua presença na mídia nas últimas semanas, e sobretudo nos últimos dias, para defender a atuação dos agentes. A eles se juntou até o ex-presidente Bush que, falando à CNN no domingo, descreveu os funcionários como “gente muito boa” e “patriotas”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_