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China e EUA concordam em retirar tarifas de produtos de tecnologia

Acordo afetará equipamentos médicos, GPS, videogames, software e semicondutores

A China e os Estados Unidos chegaram a um princípio de acordo para retirar tarifas alfandegárias de uma longa lista de produtos relacionados com as tecnologias da informação, os videogames e sistemas GPS, no ponto alto das negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC). Esta aproximação entre Pequim e Washington pode “contribuir para encerrar” rapidamente as negociações iniciadas há 17 anos na OMS, segundo indicou o presidente norte-americano Barack Obama, durante sua participação no foro de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC). O Acordo de Genebra sobre as Tecnologias da Informação (ATI), primeiro grande pacto multilateral para a eliminação de barreiras alfandegárias entrou em vigor em 1997.

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As conversas para fechar o acordo entre EUA e China foram retomadas em 2012, mas foram suspensas em novembro de 2013, por conta das diferenças entre as duas partes.

Delegações das duas maiores potências econômicas chegaram a esse entendimento nos corredores da reunião da APEC, realizada entre segunda e terça-feira em Pequim. A extensão do AIT fará com que se reduzam a zero mais de 200 tarifas alfandegárias, segundo informou a Casa Branca. O fim dessas tarifas, de acordo com o pacto realizado, afetará equipamentos médicos, sistemas GPS, videogames, software para computadores e até semicondutores de nova geração.

O intercâmbio comercial desses produtos, segundo as autoridades norte-americanas, pode passar de 1 bilhão de dólares (2,56 bilhões de reais) para 4 bilhões de dólares (10,2 bilhões de reais).

Avanços no tratado de livre comércio

A reunião da APEC também entrou em acordo, na terça-feira, para começar o processo para criar uma área de livre comércio na região, conforme anunciou o presidente chinês, Xi Jinping, anfitrião da reunião. “Decidimos começar o processo para construir uma Zona de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP em sua sigla em inglês) e adotamos um roteiro para consegui-lo”, anunciou o mandatário chinês ao término da reunião, que assegurou tratar-se de um “passo histórico”.

“Temos a confiança e a decisão para uma integração econômica”, assegurou o mandatário no centro de convenções do Lago Yanqi, sede da reunião nos arredores de Pequim. O futuro FTAAP “beneficiará as economias dos dois lados da Ásia e Pacífico, que se encontram em diferentes etapas de desenvolvimento, e injetará um novo ímpeto para a APEC, assim como para seus membros”, destacou Xi para os jornalistas.

Paralelamente, Washington tenta fechar um acordo de livre comércio na região, sem a participação da China (Acordo Transpacífico, TPP na sigla em inglês)

Obama e Putin, nos corredores

Também nos corredores da APEC, o presidente Obama e seu homólogo russo, Vladimir Putin, trocaram comentários na terça-feira em três ocasiões durante a reunião do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e falaram da Ucrânia, Síria e Irã. Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, confirmou os encontros e acrescentou que, no total, os dois líderes conversaram entre 25 e 20 minutos.

Ainda que tenham trocado comentários fugazes na segunda-feira, no início da reunião, não chegaram a falar mais profundamente até a terça, em um encontro que acontece quando os Estados Unidos ameaçam Moscou com mais sanções por reconhecer as eleições separatistas realizadas no leste ucraniano há nove dias.

O encontro de terça-feira entre Obama e Putin também foi confirmado pelo porta-voz do chefe do Kremlin, Dmitri Peskov, que disse que as pausas da reunião “foram aproveitadas para falar brevemente com o presidente Obama. Conversaram de maneira breve, mas abordaram os temas das relações bilaterais, Síria, Ucrânia e Irã”.

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