A escolha do novo ministro da Fazenda tem ares de segunda eleição
País aguarda pelo substituto de Mantega, que deverá renovar esperanças do setor privado


Quem vai ocupar a cadeira do ministro da Fazenda em 2015? A pergunta vale mais que um milhão de dólares, pois o próximo titular da área econômica tem a missão mais urgente deste Governo Dilma, que é renovar as esperanças do crescimento do PIB. Um dos cotados seria Luiz Carlos Trabuco, presidente do banco Bradesco, o maior banco privado do Brasil, desde 2003. Se a notícia se confirmar, seria um verdadeiro presente para o mercado financeiro, que iniciou a semana com bruscas oscilações na Bolsa de Valores. Trabuco é considerado uma das personalidades mais poderosas do Brasil e teria grande facilidade para dialogar com os agentes financeiros, falando a sua língua.
Outro nome cogitado pela imprensa é o do empresário Abílio Diniz, ex-dono da rede Pão de Açúcar, que sempre demonstrou apreço pelo governo do ex-presidente Lula, e é um executivo respeitado no mercado pela ousadia que sempre demonstrou na condução dos seus negócios. Se de fato a presidenta escolher entre Trabuco ou Diniz, ela teria grandes chances de fazer as pazes com o mercado financeiro rapidamente. E assim, repetiria a fórmula do ex-presidente Lula em seu primeiro mandato, que chamou Henrique Meirelles, ex-executivo de banco, e um nome familiar a investidores, para presidir o Banco Central. Meirelles foi um grande fiador da estabilidade de Lula por dois mandatos e há quem aposte que ele também é outro cotado para o cargo, a pedido do ex-presidente.
Nesta terça, Diniz escreveu, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, que a presidenta precisava mostrar que governará para todos. “Para os pobres e mais necessitados, mas também para os trabalhadores, a classe média, os empresários e a livre iniciativa.” Segundo ele, é inadiável restituir a confiança do empresariado para ele voltar a investir.
Outros nomes aventados foram para cumprir essa tarefa, como o do atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ele, porém, teria negado que irá para a Fazenda, e confirmado que o próximo ministro será alguém do setor privado, segundo o portal Infomoney. Mas, o Planalto desmentiu a informação nesta quarta, o que deixa em aberto a sua eventual indicação.
O novo titular da pasta viria substituir Guido Mantega, que está há oito anos no cargo, e que já perdeu a confiança dos agentes financeiros por seu excesso de otimismo. Mantega já fez projeções de crescimento que não se confirmaram, e negou que houvesse erros na condução da política econômica, o que incomoda os investidores, uma vez que a realidade dos números da economia não tem sido nada otimista. Em meio ao caos no mercado financeiro desta segunda-feira, o ministro disse, em coletiva de imprensa, que os fundamentos da economia estavam assegurados neste segundo mandato, assim como o ajuste fiscal.