A defesa de Pistorius pede condenação a serviços comunitários
O procurador considera a proposta “surpreendentemente inapropriada”
Os advogados de Pistorius continuam lutando por sua liberdade, ainda possível apesar de ele ter sido declarado culpado de “homicídio culposo” há um mês. A equipe de advogados que defende o atleta paraolímpico Oscar Pistorius considera que o jovem duplo amputado não deveria ir para a prisão pelo homicídio da namorada e por isso hoje, quando começou a audiência para a sentença, quis –com suas testemunhas– esboçar um Oscar “respeitoso” que está “despedaçado” pelo trágico homicídio da noite de São Valentim.
Assim começou, nesta segunda-feira, a reta final do processo judicial de Pistorius, no qual a juíza Thokozile Masipa deve decidir a condenação que será aplicada, sendo a pena máxima de 15 anos de reclusão. No dia 12 de setembro, Masipa o declarou culpado de homicídio culposo e agora deve determinar qual castigo merece: multa, serviços comunitários ou a prisão.
Para sugerir as sanções mais leves, a defesa chamou a declarar um trabalhador dos Serviços Correcionais, Joel Maringa, que propôs que Oscar cumpra três anos de prisão domiciliar e preste serviços comunitários, como trabalhar na limpeza do Museu de História Natural situado em Pretoria, a mesma cidade em que está sendo julgado. Nesse caso, Pistorius deveria prestar serviços comunitários durante 16 horas mensais –apenas dois dias por mês–. Uma proposta “surpreendentemente inapropriada”, segundo o procurador.
A acusação tentou demonstrar durante meses de julgamento que Pistorius havia matado premeditadamente a namorada, mas não conseguiu convencer a juíza e o atleta se livrou da acusação mais grave, a de assassinato. Agora o procurador tenta que ao menos o atleta não saia livre e pede os 15 anos de cadeia.
A psicóloga e o empresário do atleta sugeriram em seus depoimentos que Pistorius é um homem caridoso e respeitoso, que carrega “uma dor e remorso genuínos”, e atribuíram ao estresse pós-traumático alguns episódios de sua polêmica conduta fora do tribunal durante o processo judicial.
Peet Van Zyl, empresário e amigo de Pistorius, preparou um documento de mais de 100 páginas recopilando os projetos sociais e solidários do atleta, para dar mais peso ao seu depoimento. Van Zyl desatou a polêmica há algumas semanas ao insinuar que Oscar Pistorius poderia escrever seu próprio livro, apesar de tê-lo desmentido depois a este jornal. A audiência continua nesta terça-feira e pode durar toda a semana.
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