_
_
_
_
_

Encontradas quatro valas com cadáveres em Iguala, no México

Procuradoria prende quatro pessoas e continua à procura do prefeito e da esposa da cidade onde ocorreu o massacre dos estudantes

Mural lembra os estudantes assassinados em Tixtla.Foto: reuters_live | Vídeo: REUTERS-LIVE!
Sonia Corona

A Procuradoria do México encontrou na quinta-feira quatro novas fossas nas proximidades da cidade de Iguala (Estado de Guerrero, sudoeste do país). O procurador-geral, Jesús Murillo Karam, revelou a prisão de quatro suspeitos de participar da matança dos estudantes de magistério em 26 de setembro, que indicaram onde as fossas estão localizadas. “Não podemos confirmar se são os restos [mortais] dos estudantes”, comentou.

Karam destacou que as fossas estão “relativamente próximas” ao local onde foram encontradas seis valas na segunda-feira, onde havia 28 corpos carbonizados. O promotor-geral disse que as primeiras escavações dessas novas fossas revelam que os corpos também foram queimados, embora ainda se desconheça o número total de cadáveres encontrados.

Depois que a Procuradoria de Guerrero acusou o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, por sua omissão durante a matança dos estudantes, Karam confirmou que foi iniciada uma busca do político, de sua esposa, María de los Ángeles Pineda, assim como do secretário de Segurança Pública, Felipe Flores. A Marinha prendeu na quarta-feira na cidade de Cuernavaca (centro do México) o cunhado do prefeito, Salomón Pineda, suposto líder da organização criminosa Guerreros Unidos e antigo operador do cartel dos irmãos Beltrán Leyva.

Mais informações
Estudantes mortos no México foram entregues pela polícia ao narcotráfico
Descoberta de 28 corpos em valas comuns cria tensão no México
EDITORIAL: Emergência mexicana

Os conflitos entre estudantes, a polícia municipal e membros do crime organizado em Iguala deixaram seis mortos, 25 feridos e 43 estudantes de magistério desaparecidos. As autoridades prenderam 34 pessoas relacionadas com a matança dos alunos: 26 são policiais municipais e quatro estão vinculadas aos Guerreros Unidos.

Uma comitiva de pais dos 43 estudantes desaparecidos saiu de Ayotzinapa para percorrer as colinas próximas a Iguala em busca de algum indício dos jovens. Um comitê da escola de magistério disse à agência Efe que só admitirá que os corpos achados são de seus companheiros, se os resultados das amostras de DNA forem respaldadas pelos forenses argentinos que participam da investigação.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, prometeu que a matança dos estudantes não ficará impune. “Temos que ir a fundo, seja onde for, chegar aos responsáveis, a aqueles que por negligência ou por sua atuação permitiram ou encobriram que isso houvesse ocorrido em Iguala e que infelizmente, se confirmado, fez com que jovens estudantes perdessem a vida”, declarou.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_