Encontradas quatro valas com cadáveres em Iguala, no México
Procuradoria prende quatro pessoas e continua à procura do prefeito e da esposa da cidade onde ocorreu o massacre dos estudantes

A Procuradoria do México encontrou na quinta-feira quatro novas fossas nas proximidades da cidade de Iguala (Estado de Guerrero, sudoeste do país). O procurador-geral, Jesús Murillo Karam, revelou a prisão de quatro suspeitos de participar da matança dos estudantes de magistério em 26 de setembro, que indicaram onde as fossas estão localizadas. “Não podemos confirmar se são os restos [mortais] dos estudantes”, comentou.
Karam destacou que as fossas estão “relativamente próximas” ao local onde foram encontradas seis valas na segunda-feira, onde havia 28 corpos carbonizados. O promotor-geral disse que as primeiras escavações dessas novas fossas revelam que os corpos também foram queimados, embora ainda se desconheça o número total de cadáveres encontrados.
Depois que a Procuradoria de Guerrero acusou o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, por sua omissão durante a matança dos estudantes, Karam confirmou que foi iniciada uma busca do político, de sua esposa, María de los Ángeles Pineda, assim como do secretário de Segurança Pública, Felipe Flores. A Marinha prendeu na quarta-feira na cidade de Cuernavaca (centro do México) o cunhado do prefeito, Salomón Pineda, suposto líder da organização criminosa Guerreros Unidos e antigo operador do cartel dos irmãos Beltrán Leyva.
Os conflitos entre estudantes, a polícia municipal e membros do crime organizado em Iguala deixaram seis mortos, 25 feridos e 43 estudantes de magistério desaparecidos. As autoridades prenderam 34 pessoas relacionadas com a matança dos alunos: 26 são policiais municipais e quatro estão vinculadas aos Guerreros Unidos.
Uma comitiva de pais dos 43 estudantes desaparecidos saiu de Ayotzinapa para percorrer as colinas próximas a Iguala em busca de algum indício dos jovens. Um comitê da escola de magistério disse à agência Efe que só admitirá que os corpos achados são de seus companheiros, se os resultados das amostras de DNA forem respaldadas pelos forenses argentinos que participam da investigação.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, prometeu que a matança dos estudantes não ficará impune. “Temos que ir a fundo, seja onde for, chegar aos responsáveis, a aqueles que por negligência ou por sua atuação permitiram ou encobriram que isso houvesse ocorrido em Iguala e que infelizmente, se confirmado, fez com que jovens estudantes perdessem a vida”, declarou.
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