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O primeiro paciente diagnosticado com ebola nos EUA morre no Texas

O liberiano Thomas Eric Duncan foi contaminado em seu país de origem

Thomas Eric Duncan, morto por ebola nos EUA.
Thomas Eric Duncan, morto por ebola nos EUA.Wilmot Chayee (ap)

Thomas Eric Duncan, o paciente com ebola que permanecia no hospital Health Presbyterian de Dallas (Texas), faleceu na quarta-feira as 7h51 (8h51 de Brasília), de acordo com uma declaração emitida pelo centro de saúde. Duncan é a primeira pessoa a ser diagnosticada com o vírus dentro dos Estados Unidos, depois de contrair a enfermidade na Libéria, seu país de origem.

“É com profunda tristeza e decepção que devemos informar sobre a morte de Thomas Eric Duncan. Ele sucumbiu a uma doença insidiosa, o ebola. Lutou esta batalha com coragem. Nossos profissionais, os médicos, as enfermeiras na unidade assim como todo a comunidade desse hospital estão de luto por sua morte. Oferecemos apoio para a família e nossas condolências nesse momento difícil”, diz o documento.

O responsável pelo Departamento de Saúde do Texas, David Lakey, assegurou que lamentava a morte de Duncan e ressaltou que “esse foi um teste enorme para nosso sistema de saúde”. Duncan, de 42 anos, viajou para o Texas para visitar sua família e foi diagnosticado com ebola em 30 de setembro. O hospital foi alvo de inúmeras críticas, já que o paciente chegou com urgência em 25 de setembro com febre e foi mandado para casa com antibióticos. Voltou depois em 28 de setembro e só então foi realizado o teste de ebola. Dois dias depois o diagnóstico foi confirmado.

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Até terça-feira Duncan permanecia em condição crítica mas estável, conectado a um ventilador e recebendo hemodiálise para os rins. A função desse órgão experimentou uma leve melhora. No sábado, 4 de outubro, depois da família de Duncan pressionar publicamente, o hospital decidiu administrar-lhe o remédio experimental brincidofovir, feita para o tratamento do ebola.

“Sentimos que não teve o remédio e o tratamento para a doença porque é africano e não o consideram tão importante como os outros pacientes”, assegurou Josephus Weeks, sobrinho de Duncan, em uma entrevista coletiva.

O reverendo Jesse Jackson acompanhou a família em sua aparição pública e assegurou que a frustração era muito grande “pelo tempo que se esperou antes de administrar a medicação”.

A família de Duncan conseguiu vê-lo somente através de um vídeo na segunda-feira, mas na terça recusaram essa opção, já que descreveram a experiência como “muito dolorosa”, porque viam que estava “muito mal”.

Os outros pacientes que chegaram aos Estados Unidos com ebola são Ashoka Mukpo, um cinegrafista da NBC que foi internado no Centro Médico da Universidade de Nebraska e ali permanece atualmente. Kent Brantley e Nancy Writebol foram tratados no hospital Emory, em Atlanta. Rick Sacra foi tratado em Nebraska e já teve alta. Uma funcionária da Organização Mundial da Saúde também foi tratada nos EUA.

EUA aumentam o controle nos aeroportos

CRISTINA F. PEREDA

O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira novas medidas para impedir uma nova chegada do vírus do ebola ao país.

As autoridades de portos e aeroportos deverão examinar os viajantes vindos de nações da África Ocidental afetadas pela epidemia, assim como qualquer pessoa que apresente possíveis sintomas da doença.

As medidas chegam apenas um dia depois do presidente, Barack Obama, reconhecer que o Governo estava considerando reforçar a segurança. O anúncio coincidiu também com a notícia da morte do primeiro paciente de ebola diagnosticado nos EUA, Thomas Duncan, um liberiano que contraiu o vírus no seu país.

O subsecretário do Departamento de Segurança Nacional, Alejandro Mayorcas, anunciou na quarta-feira que os aeroportos começaram a distribuir panfletos aos viajantes nos quais são detalhados os sintomas da doença e recomendam medir a temperatura duas vezes ao dia e chamar um médico se sentirem-se mal em um prazo de 21 dias.

Obama assegurou nesta semana que os EUA “estão preparando protocolos” para aumentar a vigilância dos viajantes tanto em sua chegada como em seus países de origem. Esses protocolos se juntariam aos já existentes na região afetada pela epidemia de ebola, na qual já se mede a temperatura de todas as pessoas que vão para o exterior. O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, Tom Frieden, afirmou igualmente que estão estudando todas as medidas possíveis para “aumentar a segurança de todos os norte-americanos”.

No momento, os viajantes atravessarão controles especiais em cinco aeroportos internacionais dos EUA: o John F. Kennedy de Nova York, Washington Dulles, na capital; O’Hare International, em Chicago; Hartsfield-Jackson International, em Atlanta, e o Newark Liberty International, em Nova Jersey.

O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse na quarta-feira que a epidemia é uma “crise global urgente”. Kerry reiterou também o pedido para a comunidade internacional para que aumentem seus esforços para conter a epidemia e ajudar os países africanos com o envio de recursos médicos e econômicos.

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