O Brasil e o mundo aparecem nas telas do Festival do Rio
O mais destacado festival de cinema do país exibirá este ano mais de 300 filmes até 8 de outubro, incluindo estreias internacionais e a nova produção brasileira
Começa nesta quarta-feira mais um Festival do Rio, a mais destacada vitrine brasileira de cinema, que dialoga fluentemente com o circuito internacional de festivais. Tanto é assim, que nesta 16a edição os filmes de abertura e encerramento dão conta, sozinhos, de mostrar o cartão de visita do evento, que acontece até 8 de outubro no Rio de Janeiro. Ambas são produções de sabor tupiniquim, mas com carimbo de fora.
A primeira é O sal da terra, documentário sobre o grande fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, dirigido por seu filho, Juliano Ribeiro Salgado, na companhia de Wim Wenders. Já a segunda, Trash – A esperança vem do lixo, de Stephen Daldry (Billy Elliot, As horas e O leitor), é uma coprodução Brasil-Inglaterra rodada no Rio com estrelas nacionais, como Selton Mello e Wagner Moura, e internacionais, como Martin Sheen e Rooney Mara.
Ao longo de 15 dias, serão exibidos 350 filmes de 60 países, dos quais 90 são documentários, em 30 pontos espalhados pela cidade – incluindo bairros caros, como o Leblon, onde fica o novo cinema oficial das sessões de gala da Première Brasil, e comunidades muito mais carentes de oferta cinematográfica, como o Morro do Alemão, com seu Cine Carioca – Nova Brasília.
Chegarão a essas salas títulos de primeira como Mapas para as estrelas, de David Cronenberg, que rendeu a Julianne Moore o prêmio de melhor atriz em Cannes este ano; Corações famintos, de Valerio Constanzo, com a italiana Alba Rohrwacher e o norte-americano Adam Driver, cujas atuações foram premiadas também, no recente Festival de Veneza; Boyhood, de Richard Linklater, que investiga o tempo acompanhando, ao longo de 12 anos, o rito de passagem de um garoto que cresce diante da câmera; Men, women and children, de Jason Reitman, que já é um dos mais falados do próximo Oscar; e o documentário National Gallery, sobre o dia a dia do museu de Londres, de um dos documentaristas mais aclamados do mundo, o veterano Frederick Wiseman (84 anos).
Apesar de uma grande atração desta festa serem as estreias no país de filmes de cineastas de primeira linha – que depois terminam entrando normalmente em salas comerciais –, o maior filé do Festival do Rio é mesmo a Première Brasil, que lança ‘a nova safra’ de filmes brasileiros, de diretores estreantes e veteranos, temáticas e origens muito distintas entre si. Dessa colheita, que soma 69 títulos (41 longas e 28 curtas), apenas 10 integram a única competição do evento – a mostra competitiva de longas. Dela fazem parte Obra, de Gregorio Graziosi, Casa grande, de Felipe Barbosa, Sangue azul, de Lírio Ferreira, e O outro lado do paraíso, de André Ristum.
Não vai faltar também uma merecida homenagem ao México, escolhido para protagonizar a atual edição com melodramas clássicos do país, como O compadre Mendoza e Redes, além de títulos contemporâneos como Cantinflas, o candidato mexicano a uma vaga ao Oscar 2015, e filmes já consagrados em outros festivais, como Guëros, Os ausentes e Gonzáles. Os mexicanos têm observado sua cinematografia crescer e aparecer, assim como argentinos, chilenos, colombianos e outros hispano-americanos, devidamente destacados na imperdível Première Latina, com 18 filmes inéditos no Brasil.
No RioMarket, a área de negócios do Festival do Rio (e a maior do seu gênero na América Latina), com encontros, debates e seminários que acontecem até 2 de outubro, os latino-americanos são tema também – com um dia inteiro de encontros para discutir a integração dos mercados cinematográficos da região (a quarta-feira 1 de outubro), assim como outros aspectos caros à crescente profissionalização do audiovisual do país. O objetivo é discutir entre especialistas as atuais tendências da indústria e buscar novas oportunidades de negócios – aquelas que ainda andam atraindo para o Brasil, suas telas e seus filmes incluídos, tantos olhares do resto do mundo.
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