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A inteligência britânica identifica o assassino do jornalista James Foley

O “suspeito-chave" é Abdel Majed Abdel Bary, de 23 anos, segundo fontes do Governo e o jornal 'The Sunday Times'

O carrasco de Foley, na imagem de vídeo da execução difundida pelos jihadistas.
O carrasco de Foley, na imagem de vídeo da execução difundida pelos jihadistas.REUTERS

Os serviços de Inteligência britânicos identificaram o integrante do Estado Islâmico (EI) responsável pelo assassinato do jornalista norte-americano James Foley, segundo informa o jornal dominical The Sunday Times, citando “altas fontes do Governo britânico”. O “suspeito-chave”, diz o jornal, é um homem chamado Abdel Majed Abdel Bary, de 23 anos. Segundo o diário Daily Mail, é um cantor de rap pouco conhecido ao qual os serviços secretos e seus companheiros islamitas apelidaram de Jihadi John (John, o jihadista). Por ora, o Governo britânico não confirmou a veracidade da informação, embora o embaixador nos EUA, Peter Westmacot, tenha declarado que Londres está “muito segura de identificar” o assassino.

Bary, de 23 anos, viveu até o ano passado na casa de sua família no distrito londrino de Maida Vale e recentemente postou no Twitter uma foto sua com uma cabeça humana. Há pouco tempo publicou também em seu perfil que os serviços secretos (MI5), que ele qualifica de kuffar (em árabe, infiéis), tinham revistado a casa de sua família. Argumenta ainda que sua família “nada tem a ver com isto, nem sequer sabe onde estou. Não vivo em casa há muitos anos, pagãos”. Sua conta no Twitter era AbuKalashnikov, mas foi suspensa.

Ainda de acordo com o Daily Mail, Bary, que usava artisticamente os nomes Lyricist Jinn ou L Jinny Bary, e chegou a ter uma de suas canções tocada na BBC, se radicalizou ao se misturar com pessoas do entorno de um pregador chamado Anjem Choudary. Em 1 de julho do ano passado, ele anunciou que deixava a música “pelo amor a Alá”. Pouco depois, sabe-se que foi para a Síria, onde já estava um de seus melhores amigos. De fato, o London Evening Standard informa que os serviços secretos investigam outros dois britânicos também como suspeitos do assassinato de Foley. Seus nomes são Abu Hussain Al Britani e Abu Abdullah Al Britani. Bary seria o líder de um grupo de três ou quatro jihadistas britânicos na Síria, conhecidos como The Beatles e cuja tarefa seria a custódia dos ocidentais sequestrados e retidos na cidade de Racca.

O pai de Bary, Adel Abdul Bary, de 53 anos, foi extraditado aos EUA em 2011, onde poderá ser condenado à prisão perpétua como suspeito de ser um dos assessores de Osama bin Laden nos quadros da Al Qaeda e como dirigente de uma célula terrorista em Londres. Ele também é acusado de envolvimento nos atentados contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998.

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